Sunday, December 02, 2007
No one
Saturday, December 01, 2007
Declare, a little thing called
Wednesday, November 28, 2007
Se é verão...
Entre as fotos, o sono, o derradeiro prazer de saber, sentir, ver. Um dia frio e outro quente. Há quanto tempo sem ter o que escrever e por isso saio por ai falando do tempo. Pouco interessa o tempo, as nuvens, as chuvas e até mesmo o frio. Se é verão, que faça calor. Cada coisa tem seu lugar de ser e existir. Se existe é porque deve ser.
Friday, November 23, 2007
Close your eyes
Sem as bolhas, tudo pode ter ou ser um truque. Ilusão de ótica. Maestria de quem sabe tirar coelhos da cartola. Sem cartola. Sem vontade. Serrar pessoas ao meio. É o mundo da magia. Ótica. Truques na manga. Em espera. Hold on. Plug play. Eu sei exatamente onde posso ir. Foi, talvez, fantasias. Mais do que eu imaginei ter. Tudo pode ser um truque.
Desvendar uma magia. Ela só vale enquanto dura, porque ela é mágica. E não outra coisa. Ela é fantasia enquanto dura. Só. Um truque.
Talvez dois.
Thursday, November 22, 2007
Meu sonho, meu estar, pesar, sentir tudo dessa forma. De intensidade em intensidade. Esses tais sonhos.
Wednesday, November 21, 2007
Default
Monday, November 19, 2007
A new thing
Tuesday, November 13, 2007
Os livros permaneciam empilhados na estante. Um sobre o outro. Algumas fotos esquecidas mediavam o pequeno espaço entre eles. Aquele lugar era segredo. Ocultava os mistérios dos momentos em que Julia sentava na cama, abria a primeira página e lia com gozo infantil o primeiro parágrafo. Um sobre o outro, os livros pareciam querer contar a vida como se eles fossem feitos de um presente, tomados pelas recordações assentadas entre as capas e as páginas. Há tempos que estavam ali naquela estante torta de madeira barata e sem cor. Alguns com as bordas rasgadas, outros em estado de emergência, mas empilhados uns sobre os outros. Os marca textos queriam poder ter chegado ao final, mas ficaram parados naquele tempo da preguiça em terminar o primeiro parágrafo; outros, afortunados, ultrapassaram a página vinte ou trinta, na melhor das hipóteses. Ali naquele espaço de tempos, todos guardavam em si um segredo e uma vontade. Pareciam ter vida. Em alguns, Julia deixava um registro a lápis, quase como se fosse uma borda para a primeira página. Eram rabiscos, desenhos tolos e pequenos poemas. Em casos raros, circulava palavras que lhe interessavam como “falácia”, “promontório”, “amor”. Mas estavam ali, obscuros, empilhados uns sobre os outros. Julia passava as mãos lentamente por eles na tentativa de senti-los respirar. Esquecia-se de ordena-los por título, autor, ano de publicação e assim deixava apenas uma ordem de chegada. Na compra de um novo título, corria a colocar o exemplar em último lugar, pois assim sabia que não haveria a obrigação de ler ou catalogar. O pó seco que vinha pela janela alojava-se como um inquilino vitalício e o sol raras vezes alcançava a estante. O tempo corria sem sentido naquele lugar de assombrações. Um a um os livros permaneciam empilhados na estante, entre as recordações e o passado. Presos no espaço.
Saturday, November 03, 2007
O Passado
The Assassin watch
Thursday, November 01, 2007
It´s Just the Price I Pay for it
A comemoração por 26 anos de vida. Contar, como se fossem ponteiros, os anos que nos separam do ventre e nos coloca entre o útero e a morte. Ao meio, partidos, cindidos, permeado de sonho. O que se formou dentro de 26 anos no espírito, no corpo, no discurso que foi se criou por meio de lágrimas, risos, vozes, tudo o que eu vi, ouvi, deixei de ver, deixei de ouvir, amei, deixei de amar, ganhei, perdi.
Tudo aquilo que se formou dentro de mim. Tudo aquilo que sou, que poderei ser e que um dia deixei de ser. “Feliz aniversário”. É o dia de retrospectivas, de abraços e apertos de mão, beijos e de anseios. Como se eu tivesse o dever, nos próximos 12 meses, de fazer o melhor, dar o melhor e ser o melhor. A cobrança que vem sei lá de onde. Talvez sejam os olhos Dela em cima de mim. A falência de uma paternidade. O horror. Enfim. Dia feliz. Vamos celebrar. Em um ano, me deram tudo o que eu não quis ver ou aprender. Como uma bomba. Jogaram-me a vida. Aprendi, meio tropeçando, pouco daquilo tudo. Ainda há, assumo, estilhaços espalhados por todos os lados. Estilhaços de erros e acertos. Por cima da cama, pelos cantos do quarto, entre os livros, na musica, nos quadros e nas roupas. Ainda resta um pouco daquilo que um dia eu fui e que jamais serei. Depois de dois lutos, duas perdas, alguns ganhos, tapas na cara, tombos, porradas, machucados, dei e distribuí muitos risos, alegrias e algumas lágrimas. Seguir em frente. Tenho mais 12 meses. 12 sonhos, 12 vontades, 12 manias e 12 erros. Tenho mais uns 26 anos para ser o que sonhei ser. A vontade dos outros. Que se foda a vontade dos outros. Fodá-se. Toca pra frente. Segue em diante. Sempre de cabeça erguida. Pedante mesmo. Como sempre fui.
Tenho hoje no meu coração, muitos outros. As pessoas que me ergueram. As pessoas que me deram força, ensinamentos, risos, tristezas. Todas aqui dentro reunidas. Esse ano, esse ano descobri algumas pessoas. Algumas partes de mim que estavam espalhadas pelo mundo. Tão perto e tão longe. Essas pessoas, umas nem sabem, mas são importantes na minha vida. São 26 motivos para contar. 26 vezes que eu precisei. 26 vezes que me fizeram rir. Queria colocar o nome de todos aqui. Não vai caber. Mas eu queria dar às palavras do meu texto nome de vocês. 26 vezes multiplicadas por mais 26. Esse ano. O ano em que descobri muito do que eu precisava. Caçador de tesouros. Caçador de vontades.
Enfim. Tem muito ainda do ano em mim. Fodam-se os estilhaços. O peso: mais 12 meses.
Tuesday, October 30, 2007
Big City - Rio de Janeiro Parte II
And I've been doing just fine
Gotta gotta be down
Because I want it all
It started out with a kiss
How did it end up like this
It was only a kiss, it was only a kiss
Now I'm falling asleep
And she's calling a cab
While he's having a smoke
And she's taking a drag
Now they're going to bed
And my stomach is sick
And it's all in my head
But she's touching his chest
Now, he takes off her dress
Now, let me go
I just can't look its killing me
And taking control
Jealousy, turning saints into the sea
Turning through sick lullabies
Choking on your alibis
But it's just the price I pay
Destiny is calling me
Open up my eager eyes
'Cause I'm Mr Brightside
I'm coming out of my cage
And I've been doing just fine
Gotta gotta be down
Because I want it all
It started out with a kiss
How did it end up like this
It was only a kiss, it was only a kiss
Now I'm falling asleep
And she's calling a cab
While he's having a smoke
And she's taking a drag
Now they're going to bed
And my stomach is sick
And it's all in my head
But she's touching his chest
Now, he takes off her dress
Now, let me go
'Cause I just can't look its killing me
And taking control
Jealousy, turning saints into the sea
Turning through sick lullabies
Choking on your alibis
But it's just the price I pay
Destiny is calling me
Open up my eager eyes
'Cause I'm Mr Brightside
I never...
I never...
I never...
I never...
Monday, October 29, 2007
Declare Independence! Raise Your Flag!
Zuca, Caca, Silvinha, Luana e Rafa - Aos 6 paulistas, antes brancos, agora um pouco avermelhados.
Wednesday, October 24, 2007
A Year Later
Desceu rapidamente. Na viva voz. Era comando de loucura. Comando do passado, misturado ao presente e a fome de viver.
Da receita que ele criou, do grande ao pequeno, aquela força que veio, força para dizer, pronunciar o fim próximo; o ciclo da vida. De tempos em tempos tudo se fecha para que outros possam começar.
A força da tristeza. A força do desgosto que era também hálito de descontentamento. O eterno retorno. Aquilo que a Vida traz e leva, como ondas mesmo. E quando, do céu, surgiu aquela força, esse mesmo mar, repleto de ondas revoltas, abriu-se. Abriu passagem para o mistério. Do intocável. Da maneira como as coisas fluíram. Na Vida, restou apenas alguns pontos importantes. Sem voz. Silêncio e coragem.
Em um dia, desses nublados, veio a voz. Ao som estridente, aos dentes serrados como bicho selvagem, ouvi pela fresta, calma e doce:
“Segue, teu mundo. À espera.”
Monday, October 22, 2007
Dear Albert
Brilhante?
Assim, com a teoria tempo-espaço, chamada também de teoria da relatividade, Einstein desmistificou o espaço e o tempo, criando também uma complexa rede de algarismos advindos do pensamento matemático, mas também, ao que me parece, social. princípio da relatividade foi surgindo ao longo da história da filosofia e da ciencia, como conseqüência da compreensão progressiva de que dois referenciais diferentes oferecem visões perfeitamente plausíveis, ainda que diferentes, de um mesmo efeito.
Aqui encontram-se as teorias a respeito da velocidade da luz no vácuo, como nos é apresentada na vida cotidiana.
A luz, como tal, energia radiante, é capaz de transformar objetos inanimados em perfeitas movimentações, reais ou não. Sim, a luz é de todas a mais importante das físicas existentes. A luz, presente na vida cotidiana, também poderá ser o estopim que trará, literalmente, a humanidade à escuridão. Falamos aqui da luz energia elétrica e não como fonte natural de energia (se bem que há teorias a respeito do prazo da estrela solar).
Sim, antes que se possa pensar, Einstein reiventou as maneiras de se pensar a física.
Aqui, física e realidade se fundem. Misturas da realidade.
Friday, October 19, 2007
You dont Know Me
Thursday, October 18, 2007
Citzen Cane
No escuro, deserto do dia, manto dos amantes, existe aquela canção: veludos de vozes afobadas, cansadas, ofegantes mesmo. À noite, nossos corpos, como poderiam se amar, amando-se. Eternos, cobertos pelo som, pelo silêncio de existirem e pela noite ofegante, calorosa.
No final, separados: encontramo-nos dentro de um jarro de flores. Germinados na separação, como planta sem vida; presa ao passado, assim, como fotos e relógios.
Cenas, somente cenas que podem ser filmes. Sim, películas em cores que se traduzem na vida, imitando a arte que imita a vida. É o jogo. Cinema. Cinemá.
Começa a mostra de cinema.
Wednesday, October 17, 2007
Guitar Lover´s
Sunday, October 14, 2007
For...
Thursday, October 11, 2007
Hurt or sorrow. That´s the way
Tuesday, October 09, 2007
And they shine...the stars
Monday, October 08, 2007
High Voltage
Friday, October 05, 2007
Out of my Cage.
Wednesday, October 03, 2007
Somewhere in Japan
Tuesday, October 02, 2007
Bones
Saturday, September 29, 2007
Written
Thursday, September 27, 2007
Licence to Kill
Sim, tolo, eu, na madrugada, escalando pensamentos, arranhando as paredes do estômago. Tudo para acreditar na verdade das cartas. Sente, como eu, tolo que sou, saber de si por meio da madrugada.
Antes, preso, na noite, escolhendo estrelas, e você, um doce pensamento. Agora, que houve o ponto final do passado, cato estrelas e jogo-as para longe. Brilham, por alto, no alto céu da madrugada.
Eu, tolo que sou, acredito que um dia possam as estrelas caírem novamente no chão estrelado das cartas; um presságio e uma vontade.
Realidade! Eu, tolo, penso na realidade. Aqui é real. O mundo da fantasia.
Escolho. Tolo que sou, escolho o não-feito, o desejável. Controlo minhas emoções, engulo a seco e me mantenho fiel ao que sou – à você. Mantenho-me fiel. Guardo para mim aquilo que mais desejo. Passa.
Tolo, eu, na madrugada achando que sonho é realidade!
Tuesday, September 25, 2007
Sometime. Upon that mountain
Soundtrack - Gustavo Santaolalla - Brokeback Mountain
Monday, September 24, 2007
Ballade No 3 as-dur opus 47
E me veio o pensamento: por quanto tempo nos esquecemos, naquele escuro de nós mesmos na troca dos outros? Penso ainda mais naqueles que têm a vida como "própria". Donos de suas vidas. Eu, por exemplo, não sou dono da minha. Eu deixo-a de lado em favor dos outros. E por muito tempo nesse vaivém de não ser dono, mas empregado, esqueci de muita coisa. De quem eu sou, do que eu gosto e como eu gosto. Esqueci que Chopin é meu compositor favorito. Esqueci que gosto de ler nas manhãs de domingo. Esqueci que gosto muito de presunto frito e de sentar perto da janela; E muito ainda se perdeu nos descaminhos, nas trapaças que criei ao longo de anos, e ainda crio.
Sim, sou cria de uma maldade: esquecer de si próprio para lembrar sempre do outro. Mas, nada tão drástico. É só relembrar. Lembrar Dela sempre, o Chopin no ouvido - e a felicidade de ouví-lo me eleva - e lembrar de outras coisas, pequenas, mas importantes.
Precisamos lembrar quem somos. Ponto de equilíbrio. Força de vontade. Vontade de representar. Um mundo, uma tecla de piano, sentimentos escondidos. Ser quem somos. Máscaras de Nietzsche. Sim, sou fá de outros filósofos também, devo admitir. Sempre preferi, filosofia barata.
Friday, September 21, 2007
De Apolos e Afrodites o mundo é feito. Onde está Cassandra?
Thursday, September 20, 2007
Theme Park
Wednesday, September 19, 2007
Party on today
Tuesday, September 18, 2007
Something About It
Monday, September 17, 2007
Just Watch me Burn
Chega de OZ.
Thursday, September 13, 2007
From where it´s coming
Sun in the sun
Wednesday, September 12, 2007
Waiting for the Devil and the Moon
Tuesday, September 11, 2007
Go on and fool me
Monday, September 10, 2007
Destin(action)
Thursday, September 06, 2007
Take easy. Take it hardly
Wednesday, September 05, 2007
Broken
Frouxo de rir
Tuesday, September 04, 2007
Os letreiros a te colorir
Monday, September 03, 2007
Num fundo de armário
Thursday, August 30, 2007
New Ideas
Bom, vamos falar de outra coisa.
Coisas que são pertinentes.
O ano está chegando ao final. Chegando ao final também estão as vontades quase explícitas. Querer e não querer.
Bom, vou dar uma dica de leitura.
O Passado - Alan Pauls - Cosac e Naif
O melhor livro que li esse ano.
Vale a pena
Wednesday, August 29, 2007
All...it´s Nothing
Tuesday, August 28, 2007
I wanna say, but i dont know how...Do you?
Monday, August 27, 2007
Friday, August 24, 2007
Nothing Fails
Wednesday, August 22, 2007
Taxi Ride
There is something behind it
Tuesday, August 21, 2007
A Sorta Fairytale
Soudtrack - Tori Amos - Scarlet´s Walk
Monday, August 20, 2007
One drink. One night.
Friday, August 17, 2007
The Sun in my mouth
Aqui uma letra perfeita. Basta ouvir a música, igualmente perfeita, sincera e brutal.
Bjork - Sun In My Mouth
I will wade out
Till my thighs are steeped
In burning flowers
I will take the sun in my mouth
And leap into the ripe air
Alive with closed eyes
To dash against darkness
In the sleeping curves of my body
Shall enter fingers
Of smooth mastery
With chasteness of sea-girls
Will I complete the mystery
Of my flesh
Will I complete the mystery
Of my flesh
My flesh
Thursday, August 16, 2007
I Change my mind
Doralice
Wednesday, August 15, 2007
You knew all along
Sunday, August 12, 2007
Here is no Why
Friday, August 10, 2007
That´s the way...
Thursday, August 09, 2007
Spread your Wing. Fly high...
Que ça
De destinos, de futuros ou de amantes? Quem sabe de tudo isso?
Será mesmo o tempo que me dirá ser eterno tudo isso ou mais uma confusão minha?
Quem sabe?
Tuesday, August 07, 2007
A lot of time
Friday, August 03, 2007
If you fall i will catch, and you find me
Tuesday, July 31, 2007
Vamos falar disso!
Sunday, July 29, 2007
Da Paixão, Parte II
Friday, July 27, 2007
Da Paixão - Parte I
Seria mesmo a racionalidade? O homem é o lobo do homem, disse Hobbes. Já Rousseau alertou-nos para a possibilidade de sermos corrompidos pela sociedade. Para Foucault somos governados pelo discurso e este é, igualmente como a sociedade, dotado de poder.
É, parece-nos que a filosofia enfim não conseguiu desvendar o que de fato nos move. Aqui, nem pretendo tal façanha. É só um texto de afirmação; tentativa de entender a si próprio. E essa questão que se nos apresenta, essa a de entender o que nos move é deveras complexa. De linhas exauridas de tanto esforço, deve-se, a priori, selecionar um item que poderia ser o objeto desse estudo.
À guiza de prefácio, selecionei Amy Winehouse como trilha sonora. E os que entendem de filosofia devem estar se questionando: “o que diabos está fazendo Amy Winehouse e Hobbes em um mesmo texto?”. Nada, exatamente nada.
Vamos lá.
Ao que me parece, talvez simploriamente, o que nos difere dos animais seja algo universal. Poderia ser uma sucessão de sentimentos. Poderia ser a vontade. Luxo, gula, e muitos outros pecados capitais.
Aqui, receio dizer que pode ser a paixão. Sim, a paixão. Ela nos move. Ela nos move em direções, em sentidos, em vontades e em atitudes que, sem ela, estaria inertes, languidamente deitados à sombra. O homem é o lobo do homem, como pontuou o pobre Hesse. E sem a paixão quem é exatamente o homem? Pobre, vazio, efêmero e, como diriam os de língua inglesa, pointless. Penso que aquele movimento dentro de cada um precisa de um start, quase como o fogo precisa do oxigênio, da brasa, ou seja, aquele ponto de partida. Apaixonamos-nos desde o inicio. Pela mãe. A mãe, movida pela paixão/amor pelo filho, se fortalece. Os devotos de Cristo, ao que me parece, são movidos à paixão que sentem pelo “salvador”. O ocidente enfim, nutre sua paixão pelo catolicismo. Os viciados, apaixonados pelo risco, potencializam a representação do mundo. Apaixonados.
Aqui a paixão deve ser entendida de todas as formas que a conhecemos. Ela pode ser desde o papel de carta do ensino fundamental, ao amor juvenil estilo Romeu e Julieta, até as paixões maduras como em Casablanca. Sim, o homem é o lobo do homem.
A paixão enquanto vontade de representação de si mesmo. Não somos Caeiro, infelizmente. Vivemos pela magia do signo romântico. Pelas batidas do coração em desespero. Foram os contos de fada? Não seguimos as purezas de Platão. Caverna e mito. Até mesmo Édipo. Temos a síndrome de Medeia que, pela paixão, assassinou os filhos. É compreensível. Até mesmo as leis partilham da idéia de redução da pena se o crime foi praticado num ato de paixão.
Somos movidos pela paixão. A paixão por Cristo nos fez erguer um império, talvez o mais poderoso que conseguimos. Pela paixão somos capazes de destruir a própria vida para refazê-la em outro. E quando a paixão acaba, acaba a graça. Quem consegue transitar da paixão ao amor? Poucos, bem poucos. Quase ninguém. Não se pode negar que a paixão por um livro faz com que a entrega seja mais prazerosa. Conhecemos a vida pela perspectiva da paixão e quando esta não é presente, o sentido torna-se distúrbio. Sem a paixão, parece que o sangue corre devagar e que as nuvens, sim as nuvens, passam lentas pelo dia. É a vida é mesmo estranha. A vida, quando ela começa, tem o marco inicial na paixão; aquilo que nos faz crescer seja em lágrimas, seja em sorrisos. Perversidade, culpa, gozo, desespero. A paixão é dona da loucura. Qual o sentido em falar de G.H e Goeth, quando podemos no real sentir tudo isso. Lucíola enfim teve seu destino por conta de sua paixão. Corrompemo-nos pela paixão. Senhora de um tempo estranho. Quem nos apaixona? O que faz nos apaixonar? A vontade de si próprio.
O homem é o lobo do Homem. Parte I.