Wednesday, November 21, 2007

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Sentir-se na derrota. Na parte mais baixa. Onde fica mesmo aquilo, a coisa, aquilo que nos prometeram?
E eu preocupando-me com os outros, acabei esquecendo de mim. Deixei escapar as construções, frágeis. Eu pensando no amanhã, quando era tempo do agora. Sem mais, nem menos. Às pressas, agarrando as paredes, sangrando os dedos de tanto lutar. A luta, a resistência, a batalha que travei, em vão, as barreiras. Para onde foi? Ainda resta um pouco mais. Talvez mais do que eu saiba. As construções, como as fiz, todas frágeis e pouco, pouco, pensadas. A vontade de chorar. Será que isso faz parte do novo? O novo, pelo novo. Pela estrada, pelo caminho que agora novamente me libertou. Me lembro das travessuras de criança e como era, ou parecia, tudo mais fácil. Entre as pedrinhas, a corda, as rodas da bicicleta. Como éramos crianças. Quando éramos apenas o que escolhíamos ser. E tudo seguiu. Foi indo. Os pés cresceram, o corpo mudou e a voz parecia ter amadurecido. Será que era para ser tudo assim?
Acabei esquecendo de prestar atenção nos adultos. Coisa de criança. Perder não é tarefa para qualquer um. Perder, ou ter perdas. E quando parecia que havia apenas uma, tive duas, três ou mais. Quem disse que seria fácil? Ou dissemos a nós mesmos? Quem disse que contos de fada realmente existem? Parei por um momento. Entre as forças que me deram. As poucas que consegui juntar. E realizar, construir, fazer acontecer a vida estando sozinho é difícil. Inexplicável.
Como é a sensação de olhar para a porta do quarto e não ter ninguém. Ter apenas as lembranças, os fantasmas do passado, a força dos olhares. Mas é apenas o começo. O começo para que eu um dia observe melhor os adultos e, sozinho, talvez, tenha mais crédito pelo que eu conseguir.
Momentos que podem passar. Rápidos ou lentos. Estou à espera. Vontades.
Que mais?

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