Monday, September 29, 2008

As horas:

para tudo, um segundo apenas. As paixões do passado e os pequenos resquícios de uma vida passada. Nem por um minuto, para e pensar no que a reconciliação poderia ser. Pensar sim nos amores passados e naquela felicidade de momentos que por vezes pareciam duradouros. Pensar em como nos transformamos em afastamentos cada vez maiores, largando pelo caminho pedaços daquilo que fomos. Nessa possibilidade, aquilo que somos, que sou e o se desfigurou dali em diante. As marcas apaixonadas, as fomes de olhar e toda aquela parafernalha sentimental que nem ao menos esquecemos de colocar um ponto final. ´

Nada pode marcar mais do que o simples dizer "eu te amo". Correto, Freud nos deu a dica. Os impulsos de desejo. Sim, somos movidos por esse desejo, desejo de coisa, do saber, do sexo e da completude. Essa marca quase ardente, presa à pele, à memória ao sangue do viver, essa marca "eu te amo" não é um simples formar de convívio. Isso que nos torna, talvez, maiores por alguns instantes, também pode ser a cova do espírito, já que é nessa expressão, a mais próxima que encontramos para um estado de magia, que tudo se prende. É como se, ouvindo, estivéssemos enfim descoberto a chave do mundo. Sentir-se amado fora do berço. 

E a presa, como animal mesmo, jamais escapa do predador. A presa da rede do "quero mais". Estamos sempre na busca desse cálice nada sagrado. A busca por um "eu te amo'. Talvez seja a busca eterna pelo estado de magia. Sim, pode ser ainda mais por suprir a solidão, a imensa solidão que se instaurou no espírito do homem moderno. Cindidos, fragmentados e desconfigurados, nós, os homens modernos, na busca pelo felicidade e pelo estado pleno de magia, não cansamos de querer mais e mais, daquilo que nos foi o mais próximo da completude. Ali, naqueles instantes, naquelas horas, não estávamos mais sozinhos. O mundo enfim, havia sido descoberto e ali era o momento, talvez, a felicidade. Porque isso também é busca eterna. A busca por entender. E como foi bom, naaquelas horas, ser amado. Por algumas horas, todas somadas, tudo isso que forjou a magia, tudo o que se arquitetou naqueles exatos momentos. Horas e mais horas empilhadas no coração, formando carências, pequeninas alegrias. Sim, a fraqueza em sua real materialidade. Bastar apenas no outro. E nessas horas, se tirarmos um minuto da pilha, tudo desmorona? Por onde andou tamanha desordem? Ordem no caos? Por um segundo apenas, reescrever, pintar, traçar pequenos padrões para o mundo. Ah, mas que alegria poderia ser tudo isso. A constante emoção dos covardes e agora se pode aposentar o espelho, já que o outro se cumpre no papel. 

Por um segundo, somar tudo, os minutos e todo o resto nessas horas de vida, em que ser amado, bastou. Lá fora, algumas horas. 

Monday, September 22, 2008

Algo A +

Não é a mesma sensação. Tributo ao desaparecimento, vagaroso, de um outro que não serei eu. Das sensações futuras, aquelas agradáveis de mar e sol. Isso, como um estado emergencial para sentir tudo, ouvir e falar mesmo que não haja motivos paupáveis. Aquele desagradável virtuosismo, marca de uma relação amorosa-forçada, em se prestar perante a moral e a ética desses tempos modernos me pareceu demasiadamente desgastado para continuar. Sim, são muitos traumas iguais a verdadeiros estupros. Ninguém pode contabilizar o mal que podemos fazer um ao outro. As palavras duras querendo ser previsão astrológica, um Nostradamus pífio, mesmo distantes, latejam nas paredes do quarto e pelas artérias quase entupidas de tanta emoção. O som pesado das teclas pretas do piano e um pouco mais de cordas leves servem-me de trilha para um som magnífico. Mas não é mais a mesma sensação.
Se falar de amores, de paixões ou até mesmo de frustrações, um nome terá que ser dado gratuitamente. Esse é um motivo de reconstruir um outra arquitetura concomitante as mudanças psíquicas e até mesmo, como diriam, patológicas. Pode ser uma simples falta de paciência diante do muro e das lamentações burguesas. Não se pode esquecer as lições no quadro esverdeado. Traçadas com um giz branco, hoje nem mesmo conseguem ser lidas, tamanha a desordem das lições-de-casa. Mais uma música estranha. Lembranças de um outono passado. Fez dois anos. Parece que foi ontem e tanto se passou. Em casa, as coisas mudaram. O registro do banheiro quebrou e a reforma ficou para depois. Não nego. Eu sou um mentiroso compulsivo. Deve ser esse o fator das minhas idas e vindas por ai. Lugares estranhos, noites permissivas e um ato corajoso de estampar na cara, uma cara de pau. Risos e aplausos.
Não é a mesma sensação. Repetir demasiadas vezes que não é a mesma sensação. Pior que isso, é sentir-se fora da ordem. Estar à deriva. Esperando um beijo roubado, uma fome voraz e deixar no lixo aquele antigo virtuosismo.
A cama? Continua a mesma. Um pouco mais quente, talvez.

Friday, September 19, 2008

Um pedaço

Semanas inteiras. A vela queimando e uma pequena falta de inspiração. Tudo desconexo. As noites ainda insones, os livros empilhados novamente na cabeceira da cama. Uma leitura atrasada. As músicas pop e saudade de algo clandestino. É fato. É fato que certos sentimentos acarretam a inspiração. Montanhas e mais montanhas de pensamentos descartáveis e os amigos ali. Uma delícia mesmo. O melhor momento de amizades. Todos eles juntos, sem cobrança, sem o fator do convívio forçado. Ah, assim é bom mesmo. E eu mudando meu estilo de escrever. Fragmentado, talvez.

Por enquanto é só mais um final de semana. 

Sunday, September 14, 2008

Ação de graças.

Entender alguns dias, uns poucos dias, faça sol ou faça chuva, Esses dias em que o cheiro da carne de panela, vinda do vizinho faz com que tudo pareça um pouco mais diferente. Todas as gritarias, portas batidas, sentimentos avulsos, versões musicadas e algumas peças de teatro, tudo escondido nos armários - no fundo, bem no fundo da gaveta.


Uns anseios estranhos. Umas batidas de corda quebrada e aquela volta no quarto. Passar a roupa da semana, arrumar a lixeira da bolsa-andarilha e ainda ter tempo de coar um café amargo e forte. Aí, vem a televisão ligada, um filme tosco me faz chorar. Uma lágrima que vem da cena entre duas irmãs - aquela tal reconciliação típica dos finais. O cheiro forte do feijão cozinhando e as campainhas tocando com as visitas de domingo. Um dia qualquer talvez. Uns anseios, pensamentos avulsos e, por que não, descartáveis. Arrumo a pilha de cds antigos e deixo a Billy Holiday no topo, caso precise. Arrumo os livros da Virginia e deixo-os ao lado do Cortázar. Endireito o quadro do Dali ao lado da cama e removo a foto Dela e coloco-a no criado-mudo. O abajur empoeirado, presente de uma amiga já distante, parece criar um outro ambiente. O telefone toca baixo, não ouço e não atendo. Dias comuns.


Tudo com um toque que inspira uma suposta sonoridade familiar: o cheiro da carne, o feijão, as tarefas domésticas. Mas ainda, por cima disso tudo, aquela ansiedade recente. As mudanças de pensamento. O jogo, a siesta e a música da Billy. Acendo o fogo, coloco a chaleira para esquentar a água e mais um café se vai; quente, amargo e forte: como em qualquer outro domingo...

Wednesday, September 10, 2008

Mala feita.

Eu vou ser clichê. Isso porque, a vida, uma hora chega perto quase que encostada. E algo começa a mudar. As noites de insônia, o fervor dos pensamentos não mais abstratos, mas realísticos. O sentido da vida. Aquela espera ou mesmo as aflições de algo fora do lugar. Tudo se movimentando de forma rápida, em círculos, um eterno vaivém. Sem pedir, as malas descem do guarda-roupa e se fecham. Postas a porta. É vontade de sentir tudo, tão rápido como começou. Bola da vez? Sem medos, arranhões ou sexos casuais. Um antigo gosto por paixonites estranhas e as flores mortas no vaso. Um retrato dela, a foto da sobrinha alemã, uma corrente do irmão distante e, claro, um beijo do pai ausente. Ali, naqueles lugares típícos dos sonhos, é ali mesmo que irei enterrar os pés. Não, sem antes, resolver as pendengas do mundo atual. E no lugar da última paixão, veio o vazio, o temeroso vazio que me faz esquecer todas as palavras que guardo e aí mal consigo escrever ou concatenar uma idéia sequer. Ouvindo Billy Holyday, fumando o último cigarro do dia e me sentido um pouco mais vulgar. Sim, a vulgaridade típica das vozes de cabarés e bares obscuros de datas remotas.
Eu vou ser clichê. Falar da vida e dos pormenores. Falar de árvores gigantes e poetizar o mar e areia. Vou ser ainda mais clichê. Rasgar tudo, queimar as fotos do passado já diluído em tantas outras paixões e amores. Até mesmo a caixa de recordação joguei na lixeira e o que restou, queimei como rito pagão. O círculo de jóia barata, foi-se num acesso de calmaria. Um grande pandareco tudo. Devo assumir, nada daquilo fez sentido algum. Talvez uma tremenda falta de tempo ou um erro demasiadamente prolongado. Vou ser clichê e arrumar pra mim um felizes para sempre e antes um era uma vez. Não nessa ordem. E tudo assim tão leve e suave. Algo mudou. Reza brava e muita, mas muita paciência com tudo. Caminhar entre mortos, ser alvejado por estranhas concepções, perder um dente, correr o risco de doenças venéreas, excesso de fumo e alcóol. Mas isso tudo, para um dia poder ser um grande clichê.
E não me canso de repetir.

Tuesday, September 09, 2008

mi casa, su casa

Gaston Bachelard foi um dos mais importantes filósofos do século 20. Sua obra revelou uma nova ordem para o pensamento filósofico, já que ela encontra-se em meio a revolução científica promovida pela Teoria da Relatividade de Eisntein. Assim, sua obra percorre o caminho do pensamento carregado pelo fervor das vozes da ciência moderna. No que diz respeito à epistemologia, é fundamental entendê-la como diurna, já que trata-se do caráter filosofico e rigoroso do pensamento. Como se diséssemos à luz da formulação.


E foi àlguns anos atrás que me deparei com A Poética do Espaço - La Poétique de l'espace. E naquele exato momento, na primeirá página, algo se tornou pulsão em mim. Tenha sido o pensamento lógico e linear de Bachelard, ou simplesmente o reconhecimento do espírito epistêmico, ali jazia uma parte de mim. De forma resumida, Bachelard assume a posição de filósofo moderno e se utiliza do espaço de uma casa como objeto de estudo. Ali, assumem os cômodos outras funções comparadas à nossa mente e ao nosso espírito. Portanto, para cada cômodo há um elemento epistêmico que o autor se utiliza para explicar as complexidades do pensamento moderno.


Ele foi um gênio. Não somente isso, Bachelard trouxe à filosofia uma ciência e uma nova ordem de pensar o mundo.


Um outro ponto importante para a compreensão do que chamamos "metodologia bachelardiana", é a sua noção de "obstáculos epistemológicos", tratado, sobretudo, na obra "A formação do espírito científico", de 1938. Bachelard propõe uma psicanálise do conhecimento, em que o seu progresso é analisado através de suas condições internas, psicológicas. Na sua avaliação histórica da ciência, o filósofo francês se vale do que chama de "via psicológica normal do pensamento científico", ou seja, uma análise que perfaz o caminho "da imagem para a forma geométrica e, depois, da forma geométrica para a forma abstrata". A própria concepção de espírito científico nos remete ao universo psicanalítico.


Nesse esteio, a minha leitura de Bachelard causou-me uma modificação. Poder enxergar concomitante aos tratados filósificos, um novo fazer da filosofia e mais do que isso, poder fragmentar uma unidade para em seguida assumir uma totalidade outra. Nada mais foi igual. As poéticas do fogo, e todos os tratados.



Naqueles instantes assumi uma outra postura. Pensar na vida e dar aos pequenos fragmentos do cotidiano um sentido outro. Percorrer rigorosamente os caminhos, dando voltas às peripécias e sentir cada presença do espírito na materialidade do sentidos. Essa ordem, esse pensamento, essa espécie de aurora ou do nascimento. Dar esse sentido; dos fragmentos e sentir a totalidade disso, que chamamos viver.

Friday, September 05, 2008

confissões na pista de dança

um cuidado de pele. sem acento. sem grafia, morfismos, estética, criação, gramática, lingüística ou semiótica. só um cuidado da pele, dos dedos, fronte e membros. essa espécie de resguardo. e é tão bom quando o passado retorna para mostrar como o futuro ficou melhor sem a efetivação do desejo. mas é atitude despeitada. atitude do peito, do sentidos, tudo posto no império do efêmero. os livros da hilda, as manias de deixar tudo com letra minúscula. sentimentos raivosos e um certo "Q" de quem ainda não entendeu. o doce sabor de cuidar. um cuidado de pele. de desejo. de real. de honesto. so, so true. that´s why my writtings are so odd. misturar tudo. línguas, gostos, meu gosto, your taste, my first taste, tout le monde, all around me, na sala, na pele, no rastro dos meus olhos procurando cada pedaço, cada fragmento de um outro olhar. something switter than this, more than me, you, your hands, my way to do. fucking my thoughts. só um cuidado da pele. do cabelo. da roupa e do cheiro. feel me no cuidado. minha pele. meu passado. no futuro de tantos presentes

Wednesday, September 03, 2008

in the arms of sleep

E nem sempre se vai assim, caminhando pelas paredes, arranhando e sangrando a ponta dos dedos. Essa idéia vaga de poder flutuar, dançar e escorrer cada centímetro do corpo, como se tudo pudesse ser feito tinta e pincel. É como estar sob efeito de alguma droga constante. Perde-se os sentidos, as roupas ficam diferentes e os sonhos tornam-se repetitivos. Na porta há sempre aquele aviso de entre. E nem sempre se vai assim. Pensando em tudo, revisitando cada lugar, cada olhar, toque e cada desejo que fez a boca salivar. Noites ou dias, o gole seco do pensamento impuro e mal dito. Nas paredes, as mãos presas em desejo masoquistas .Tapas na cara. Arranhões no peito. Mãos algemadas. Chupões no pescoço e nos braços. Tudo com uma leve dor de ontem. Uma leve dor do querer. Uma leve dor de sentir pulsar. A cada respiro, cada som dos meus ouvidos, cada sabor da minha boca, rejeito. Me transformo em algo assim, somente com um sonho por dentro, me fazendo viver, pisar forte e admirar formas infantis em nuvens de chuva. Nem sempre eu vou assim. Eu caminho entre os dias, corro na voz pesada e páro na porta. Mas é caminho de paredes. De lindas loucuras. Viver entre o existir antes e depois do desejo. Viver para ter a chance, para ter o gosto, o gozo, prazer de inundar meus olhos numa cor amarelada de mel. E meu sangue, meu doce sangue, jorra para viver de luz, para ser cor de sentimento. Mas nem sempre se vai assim. Hoje, caminhando.

Tuesday, September 02, 2008

Teus armários.

Nem sempre é uma possibilidade. Estar sempre diante de alvos, porque somos alvos. Uma flecha, um tiro, um resquício de pólvora. Mas na imagem do espelho, algo se perde. Algo se modifica e uma transfiguração emerge. Seria eu mesmo aquilo tudo? Seria eu uma manifestação quase assustadora; uma miragem, talvez? Quantas pessoas podem caber dentro de uma só? Eu poderia ser apenas uma fotografia estranha, tratada em programas de computador, ou seria só um negativo do antigo filme das máquinas analógicas. Não sei bem. Pensar em si e na imagem de nós mesmos. É como o livro de Pirandello. Aquele que somos para nós mesmos, não é o mesmo que somos para os outros. É um outro além. E ainda perguntam: mas esse sou eu na foto? Estranhamente, os fatos são outros. E quem tem forças para erguer mais um tijolo?
Eu penso em mim. Todos os escritos que me fizeram. É como olhar por uma lente. Um retrato outro. Procuro me achar, acho, distorço, penso em realidades e de como a vida se desfaz com palavras duras. Mas é maré mesmo. Sentir-se boiando, sem porto, sem cais, sem peixes na rede. Aqui, só a assombração do esquecimento. E nem seria tudo assim simples, se realmente não tivesse sido a simplicidade o motivo de tamanha desordem. Eu penso em mim e nos outros. Os olhos alheios. São eles que me interessam quando quero uma imagem fulgás. Por que eu mesmo, e sempre fui, machuco sem querer machucar. Pode até ser uma característica avessa. Ou até mesmo uma vontade de distorcer as imagens que foram se refletindo aos poucos.
Aí, vem a sensação de inacabado. Tudo na desordem, na imperfeita perfeição de quadros renascentistas. Uma escultura rachada. É como uma obra de arte sem porquê. Sem isso ou aquilo, peças fora do lugar e essa minha fotografia: eu, de chifres, a pele um pouco avermelhada, olhos fumegantes e um macabro apetrecho. Ninguém mais brincando de ser feliz, nem pintando nariz. O real da imagem. Pelos olhos, pela boca ou mãos.
Ninguém nunca soube, mas todo carnaval tem o seu fim.

Monday, September 01, 2008

Intransitivo

Eu vivo um silêncio. Como uma bolha, fechado, calado e silenciando as partes de um exterior ambíguo. É como uma lenda, um mito de verdade ora cruéis, ora desejáveis. E tudo movido pelo desejo, pela encarnação daquilo que almejo. Essa é a verdadeira luxúria: querer aquilo que não se tem. Eu vivo pelos impulsos fortes e latejantes do meu coração. Disparo e volta e meia acabo no mesmo lugar. Um silêncio profundo. Eu, de olho. Soslaio.
Eu crio esse silêncio. Abaixo o volume e deixo no meu mundo aquela voz rouca e forte. Ali, crescendo e germinando tudo o que se é possível germinar com um timbre de voz. Estremecendo as paredes do ouvido. Eu sou movido pela voz. Sim, tudo é encenação. Minha boca, meus lábios, meu corpo encostado em não-sei-quem. É tudo circo e pó. Ali, eu estarei sendo ainda um menino com idéias de adulto ainda em formação.
Eu vivo esse silêncio. Eu dou a ele uma voz que não a minha. Um silêncio de estar sendo. Ter sido. Sendo eu, prestes a desabar. Eu, criando bolhas de sabão e vendo-as estourar uma a uma. E tudo crescendo diariamente na cor do mel, no pincel - traço a traço. Nas noites de paredes e nesses sonhos tão acalentados pelo travesseiro. Uma viagem e ali estou sem malas. Eu vou com esse silêncio segurando nas mãos. Guiando pela multidão desconhecida que, sem saber, abre o caminho.
Esse silêncio em que existo. Em que crio. Invento. Vivo.