Wednesday, August 22, 2007

Taxi Ride

O caminho pareceu longo demais. Chegar em casa, de repente, era como alcançar o topo da montanha - sentado no banco do carro, o volante segurado por uma mão enquanto a outra agarrava o cigarro, já no fim. Fileiras intermináveis de carros parados. Dava para ver somente as luzinhas vermelhas, por vezes piscando. As contas no banco do passageira; sim, ele as carregava consigo. As contas de dígitos imensos e nem tinha tido tempo de cortar o cabelo e fazer a barba. Havia uma lista de coisas para fazer. Mas tudo o que desejava agora era deitar em sua cama, dar boa noite para a mãe e dormir pesadamente, longamente, sem preocupações.
Ao chegar em casa naquela noite, ele colocou a chave do carro em cima da mesa, foi até a cozinha, tomou um gole de água, trocou de roupa, deu o beijo de boa noite no retrato da mãe e deitou-se.
No dia seguinte, o guarda-roupa vazio, alguns livros da estante faltando, a cama desarrumada, a chave do carro em cima da mesa e o retrato da mãe. Havia partido.
Longe, sentado na cadeira de vime, lembrou-se: preciso cortar o cabelo...

1 comment:

Anonymous said...

Que lindo isso ...
Beijos