Wednesday, September 05, 2007

Frouxo de rir

Quer dizer, minha sombra pode se multiplicar. Ainda pelas vitrinis, o Chico me diz "é como um dia, depois de outro dia". É tão simples. Quer ver?
Aquela antiga frase do "nada é para sempre", em verdade é um bicho papão. Dizem para assustar, para que possamos, bestilmente, nos agarrar aquilo que se tem no conformismo, no rebanho, na atitude "correta" - espelho do infeliz. É o conto de fadas. Sem divórcio, sem brigas e pelo amor de deus, fique com alguém. O problema está no sozinho. Ah, como isso é demoníaco. Bom, certamente há um resquício de verdade na famigerada frase. Ao que me parece, a verdadeira semântica disso seria realmente a tal da pragmática. Realmente nada é para sempre. Claro! Acreditem. Nada é para sempre, pois somos ciclicos, mutáveis e instáveis. Como poderíamos então acreditar que tudo é para sempre?
Tolos!
Bom mesmo é ver que aquilo que não ficou para sempre mudou, virou outro - outrar-se. Sim, juntos jogamos tudo fora, agora nossos pés não se enroscam mais e eu não enlaço o teu vestido. Dei pra sonhar, sonhei, acordei e agora sonho novamente. As travessuras das noites eternas se tornaram retratos, belos retratos de memória. Tornaste a sorte pelo chão para que outro a pudesse aproveitar. Sorte! Nem é sorte. É outro. Fulgás. Meu sapato, enfim, não pisa mais no teu.
Agora é ser religião de si, veracidade de conclusões e vontades para serem feitas.
Quem acredita nisso? Só eu?
Retiro meu olhos. Agora é eu e você!
E eu, depois disso, frouxo de rir!

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