Quantos brilhos, luzes e facetas de diamante puderam aparecer, apareceram. Ali mesmo, no cartiado, num batuco quase ensurdecedor e tudo estremeceu rapidamente. Foi como uma implosão de sonhos. Todos, ao chão. Mais calmo e sereno vieram conversar, inclusive Ela. No meio de tudo, da gira, dos santos e cheiros eu vi refletido ali uma imagem, talvez um futuro - coisa do destino. Todos ao chão. Eu deitado de bruço. Todas as luzes acessas e um baita estrondo.
Ali, nos sonhos, nesse mundo tão complexo e labiríntico; ali mesmo onde realizamos o que não se pode realizar na vigília. Sonhos eróticos, materialização de desejos, inconscientes perdidos, nuvens coloridas e beijos. E teria sido um crime acordar no meio do som. Da fúria que descobri necessária para dias de trovão. Tentei dormir com duas folhas sulfite e uma caneta. Tentei escrever um livro. Em vão, adormeci e quase me furei. Quantos brilhos precisam para se ter um clarão? Mas do sonho nada se leva. Somente as sensações, os descasos e a paranóia de tentar interpretar tudo a nosso favor. Sonhar acordado, como Ela diria.
Mas no meio disso tudo, da luz, do brilho, do batuque de gira, dos santos possuídos, a revelação. Pelo sonho, pelo consciente, tudo capaz de revelar ali, logo ali, que os tão românticos sonhos tem um fim. Logo ali, nem virando a esquina, mas ali no fim, a explicação.
Deita e dorme.
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