Nada mais parece ser novidade. As mesmas palavras estranhas mal encaixadas numa sentença e aquele velho truque de discursar sobre o amor. Nada mais parece novidade. É perfeitamente compreensível. Depois de algum tempo de tantos recortes aqui, lá, as coisas ficam no retalho, na colcha velha da mesma cor - talvez um pouco descolorida. Os padrões se juntam numa cestinha de vime e podemos inclusive sortear um bilhete que dirá o que devemos fazer.
Nada é novidade.
Depois de um não, depois de um sim, de histórias incansáveis, de amores frustrados, mortes, insensos, livros começados e não lidos. Aquelas músicas que retornam e tentamos dar uma outra cara dizendo que é coisa do momento. O momento mais insensato. Nada mais é novidade. Não há como parar de repetir: nada mais é novidade. Triste ou não, deve-se olhar e dizer isso incansáveis vezes. Nenhum sentimento parece novo depois de ter sido apedrejado. Infeliz? Que cabe agora dizer isso? É só porque se há uma repetição é porque a novidade acabou. E quem dirá que vamos sofrer se já sabemos exatamente qual será o final da história? O lobo come a vovó? Não, o lenhador aparece e o mata antes disso. A Cinderela se casa, a Branca de Neve....e assim por diante.
Quanto a nós, vivos fora das história, só resta colocarmo-nos dentro daquela garrafa e irmos ao oceano afim de que alguém, talvez distante, nos ache e faça de tudo aquilo que deixamos para trás, uma grande novidade.
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