Tuesday, July 22, 2008

Come, as you are.

Eu venho falando muito em sonhos. Tentativa frustrada de entender pouco, sobre tudo. Eu venho sonhando muito com Ela. Decifrando códigos, mandando sinais, seja lá o que for. Eu guardei tudo na mala; eu digo, sem medo, que guardei tudo e tranquei. Porque pouco a pouco nada foi cabendo. Mas ontem eu pensei em tanta coisa. Atordoado, sonolento e pouco, mas muito pouco concentrado eu me deixei divagar por tudo. Senti tudo, sob todas as formas, como diria Pessoa. Mas chega de falar em poesia. Isso é pra outra hora. Talvez seja cedo demais para trazer poemas para dentro da mala.
Mas eu venho falando muito em sonhos, declarações e esperanças. Motivos escorregadios, textos literários e mais um monte de porcaria. Provavelmente porque eu quero ser decifrado. Ou estou tentando decifrar o cubo. Mas Ela me disse tanta coisa essa noite. Me lembro pouco do que se passou. Dessa vez, sem batuques. Eu e Ela, como ocorria no começo. E ainda acordei com a sensação; e eu vim de verde. Será que precisamos saber de tudo? Saber, entender e compreender tudo o que se passa? Aviões, carros, fontes naturais, ecoturismo, verdades e mentiras. Precisamos? Sorte, talvez, daqueles que de nada entendem. Eles fecham os olhos, dormem, acordam. É só dar corda. Sorte deles. Nem precisam pensar nisso ou naquilo. Eles vivem. Eu, ao contrário, tem um hábito sensível de querer entender e saber tudo. Se tenho uma leve dor de cabeça, preciso do motivo. Mas para Ela, isso não tem razão de existir. Mesmo que eu saia voando pela janela nesse exato momento. E eu vou descendo ao centro, como se quisesse parecer planta ou raiz de planta.
Eu venho falando muito em sonhos. Talvez eu esteja sonhando muito. Isso, Ela me disse. E por mais gostoso que seja, sonho é sonho.
Uma hora a gente acorda, abre os olhos e tenta levantar.

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