Tuesday, July 22, 2008
37822:43
Come, as you are.
Monday, July 21, 2008
Back to Black
Sunday, July 20, 2008
14:23
Saturday, July 19, 2008
Wake Up
Algumas horas de sono pesado. Jantar, encontro, presente. Sentimentos voando pela janela, saindo pelo poros e aquela nossa conversa. Se existe um eixo para as metáforas, porque não existiria o nosso próprio? Somos mesmo uma metáfora mal utilizada entre uma palavra e outra. Somos feitos assim, vírgulas e pontos finais. Nos escrvemos diariamente, pela ponta da caneta e nas idéias tão confortantes. Virtuosos transformamo-nos em laços queridos; naquela forma mais perfeita de escrevemos, um no corpo do outro. Seres de planetas vizinhos. Nos sonhos, somente nos sonhos podemos dizer que a metáfora faz sentido.
Fazia tempo que não andava de metrô devido a uma pseudo-claustrofobia. Sabia as estações de cor e salteado. Tinha decorado nos passeios com a minha Mãe quando criança. Depois de muitos cigarros, anseios e idéias, cheguei em casa. Tudo parecia diferente. É essa sensação monstruosa de não saber onde chegar. Deixei tudo na mesa. Fui pra cama. Só assim se termina um dia. No encontro com o nosso eixo, aquilo que nos faz o que somos.
Aquilo que pode enfim nos refazer. Açucar e olhos fechados.
Friday, July 18, 2008
I just wanna be...
- ...
Thursday, July 17, 2008
I fuck myself
Wednesday, July 16, 2008
Depois de um tempo
Tuesday, July 15, 2008
370
A fome do mundo, aos poucos, queimando a parede do estômago, enquanto sou alvejado centenas de vezes pela mesma arma. Aquele estouro; um barulho violento, como se eu mesmo fosse um balão desses de gás explodindo categorias e rispidez. E o problema maior nem eram as cicatrizes, ainda abertas, mas o sentido que as ruas haviam tomado. A casa velha com o grifo no lugar da torneira, as roupas empilhadas e toda aquela poeira se acumulando na parte de cima dos livros. Ah, mas eles estavam todos lá para ver o dia em que a pedra atravessaria a janela. Peças de quebra-cabeça espalhadas pelo chão. Tranquilo eu tomei dois comprimidos. Tinha ainda nos pulsos a marca do descontentamento com o mundo. Era chegada a hora. Uma fúria avassaladora. Contra o mundo. Contra tudo e todos, menores, pedintes, religiosos e filósofos. Eles mesmos poderiam ainda renunciar a minha vontade. Ansioso, eu tomei dois goles e levantei. Acendi um cigarro e deitei; tentei dormir e eles, meus inimigos todos, na cama comigo.
Me servindo de companhia.
Four things
ne pas du rien
Monday, July 14, 2008
Two things
Friday, July 11, 2008
when you smoke all my weed man
Uma tosse. Um dia frio e alguns goles de café. O médico na sala dizendo termos redundantes. Eu, tentando engolir a seco a realidade. O maço de cigarro escondido na bolsa e reparando na aliança dourada. Um tosse seca, depois de examinado e a receita, simples e curta. Comprimidos para prevenção.
Tudo se esvai. Depois de uma semana. Os remédios da cômoda substituídos, os lençóis lavados e mais um texto ruim. Palavras de desordem, estranhos do passado revisitando fotografias, musicas e toda quinquilharia do quarto e da sala.
Eu perdi as chaves de casa. No táxi, o motorista dizia algo sobre o tempo seco. Mais uma ressaca mal curada. Um dia de ócio no trabalho e dois episódios de um sitcom relaxante.
Deixo na cômoda o despertador. Sem hora. Mais uma tosse e coloco a cabeça no travesseiro.
Thursday, July 10, 2008
In the right place
Eu quero escrever um discurso. Discorrer sobre o que eu quero. Mas ele deve ser sucinto, simples e bem escrito. Talvez o mais importante seja que esse discurso revele sua real intenção. Sem pormenores, sem distância escusas e sem inocuidades. Eu paro, sento, ligo o som e tudo começa a embaralhar. Como cartas. Como fogo. Como nuvens antes da chuva.
Quem diria. Alguém que estudou Saussure não conseguir compilar algumas palavras. E é tão simples o que eu quero dizer. Tão singelo e curto. Eu já disse outras vezes no meio do vórtice, que são os meus textos, isso que eu preciso discursar. Não é somente uma vontade, entende? É dar valor a tudo isso. Ou melhor, um sentido outro ao universo, a vida e...
Falha. Há sempre um gap entre a primeira e a última palavra. Nem é preciso muito. Nada de dicionários, pesquisas lingüísticas ou signos icônicos. Só preciso de uma certa linha, um barbante fino, um cata-vento e uma bala de hortelã para dizer. Apenas eu e você. Nada mais. Ninguém mais. Sem paisagens, sem furacões, desastres naturais, encontros do acaso, antigas paixões, sentimentos mortos, vultos do passado. Nada disso. Eu e você. Só
Eu tento organizar um discurso. Uso todas as minhas forças. Canso a ponta dos meus dedos. E é tão infantil o que eu quero dizer. Dizer sobre você.
Tão leve seria se eu fosse corajoso: eu me levantaria, como um soldado alegre pela conquista com sua artilharia. Levantaria a cabeça, orgulhoso, e diria:
Eu quero você.
Wednesday, July 09, 2008
House of Cards
Tuesday, July 08, 2008
Flower Rain
Monday, July 07, 2008
11:21
Saturday, July 05, 2008
Marlboro
A ruína de toda paciência, do virtuosismo pacifico, da realidade tal como ela é. E nem sei ao certo se crueldade vem de cru; o cru daquilo que esta por fora. Chega daquela comoção bestial.
Deve ser sentimento do confinamento.
Quando pelas histórias carinhosas, torcemos pela bruxa, pela maldade do meio para o final. Chega a ser dolorido, deveras dolorido, a profanação das tais histórias de amor. Nascemos assim, da mesma forma que morrermos, aprendemos. Hoje, escrotos, amanhã lovers. Tem tanta coisa na agonia, no êxtase, na anti-realidade que tanto nos atrai como um vórtice, como o centro de tudo. Larga-se o inalador, o cigarro e os remédios cuidadosamente colocados ao lado da cama. Volta a estaca zero. Manda tudo à merda. Que o inferno desça em grandes escalas, como lava, como fogo liquido e nos queime. Como disse, a decepção. Somos feitos de decepção e mágoa. A bruxa venceu afinal. As princesas estão ainda em busca de muito. Eu acordei, levantei, e parei de acreditar que serei de príncipe, sendo bruxa, sendo madrasta, jamais serei de príncipe ou príncipe.
Mas isso tudo porque a realidade é outra. Menos colorida, menos leve, mais densa e árdua. Para tudo, são muitos pesos e poucas medidas. É tudo rígido e regulamentado aqui. Deve ser assim. É instinto de sobrevivência de quem já caçou, já foi caca, abatido, sangrado e posto de volta ao jogo. É instinto. Perdoe-me se pareço cético ou cínico. Nenhuma esperança é morta do dia para a noite. É preciso muita paulada, muita astúcia e argumento.
Deve ser sentimento de abstinência.
Friday, July 04, 2008
Pela água, pela corrente fina, vêm perseguindo o som agudo e pequeno dos pulmões. Perseguem cada pedaço do corpo, dos ouvidos, a respiração lenta e fatídica. Por que não me espera a noite sentar e aproveitar alguns minutos de pensamento? Os marinheiros do silêncio, armados de trompetes e buzinas alertam para um estado de calamidade pública, um certo ar de enchentes. Na rua, peço um algodão doce, cubro a boca com a mão. Aos poucos, vou afundando até ficar com os olhos para fora da água; o resto do corpo mergulhado na água escura, gelada e misteriosa. Vou afundando, esperando uma besta marítima qualquer me devorar as pernas, o tronco e toda a porcaria.
Há dois instantes. Eu tento agarrar o vazio. A matéria. Eu tento assoprar um cata-vento como criança colorida. Eu tento fazer o tudoir à direção contrária só para deixar seu rosto livre de falsas correntes. Existem, pelo menos, duas ou três gotas de agua por dentro e fora. Eu, dentro, afogando-me em desespero e idéias semiconscientes de loucura e pseudopaixões. Não digo nunca a que vim. Desperto certos sentimentos inócuos e pouco obstinados que, breves, são seguidos pela sensação indiferente e asquerosa do temor.
Acontece sempre nos tempos de muita chuva. Os marinheiros do silencio a resgatar-me em nuvens roxeadas, pouco cinzas. Como faço há tempos, tenho impressões de dias chuvosos guardadas na memória e as uso sempre que posso. Sou tragado pelo feliz, pelo mordaz e pela ferocidade com a qual meu corpo sente tudo e dissolve tudo em forma de vento colorido.
Acontece nos tempos de muita chuva. Os olhos encharcados de honestidade. O meu olhar de encontro com uma guerra futura.
Tuesday, July 01, 2008
Marlon Brando
Foi apenas um instante. A transformação filosófica do mundo, das artes, e no geral eu acabei me reiventando. Comprei acessórios, mudei o guarda-roupa e comecei a usar Herchcovitch. Joguei o Adidas fora e comprei três pares de All Star. Troquei a Fiona pelo novo rock sueco, pelo eletrônico e pelo British Pop. Raspei o cabelo e aposentei a poesia. Foi um ano estranho. Me apaixonei por diferentes perfis. Todos errados. As paixões inócuas, tão companheiras. Foi fácil passar aquele ano. Troquei o All Star e mudei para outro estilo.
Foi apenas um instante. Troquei as caveiras e passei a usar T-shirt Hering. Joguei fora as sandálias. Só óculos escuro Ray-Ban. Mas ainda lia Nietzsche, Foucault e Aristóteles. Sempre na bolsa, tratados de literatura, poesia e pintura. Eu hoje, gosto de origami. Eu ouço música romena e nunca mais assisti filme nacional. Foi um instante naquele ano em que tudo pareceu mudar. Passei a recusar arte renascentista, para apreciar arte contemporânea de Tim Eitel e Cecily Brown. Foram muitas informações que acabei deixando de lado, como o meu diário e o gosto por cinema americano. Eu li e reli alguns livros e vendi o resto num sebo de Pinheiros. Comprei um I-pod e dei meu discman para meu irmão. Eu ainda ouço, naqueles mesmos fones brancos outras músicas. Foi apenas um instante. Será que eu mudei ou tudo, subitamente, se transformou? Eu ainda sou adorador do Marlon Brando e continuo com a certeza de que não existirá outro homem como ele, assim como ninguém nunca mais terá o mesmo olhar de Bette Davis. Mas eu troquei a Noviça Rebelde por Kubrick e hoje aprecio David Lynch a John Ford.
Naquele ano eu pensei que o amor podia ser uma fonte de inspiração. Tornei-me o pior. Fiz de mim, uma sombra e foi quando eu descobri que se era daquele jeito, não era o tal amor. Foi um instante. Aquele ano em que tudo acabou. O que sobrou foi, talvez, uma ou duas fotos.
E tem uma letra do Phoenix que eu adoro que diz “guess I couldn't live without the things that made my life what it is.”