Friday, May 09, 2008

Show me your teeths

Entre os anos 60 e 70, surgia na Europa um novo sopro para a filosofia que se estendeu para outras áreas do saber como, por exemplo, a antropologia e sociologia. Michel Foucault reiventou a filosofia do século XX, instituindo um novo modo de pensar e escrever.

Preocupado com as questões do mundo contemporâneo, Foucault voltou olhos para a política e examinou como o mundo estava se transformando pela questão do poder. E foi exatamente nessa trilha (resumidamente), que o filósofo dissecou o poder e suas facetas. No livro intitulado Microfísica do Poder, uma série de entrevistas feitas com Foucault, ele discorre sobre o que ele considerava como "micro-poderes". Já desgastada a idéia de que o poder vem, essencialmente, do Estado e, assim, repassado aos integrantes hierarquicamente, Foucault nos mostrou que o poder não está somente nessa instância.

Esse tal "micro-poder" é um tipo de ação causada, grosso modo, pelos simples cidadãos da sociedade capital. ELe funciona como o poder do Estado sobre a sociedade: controle estabelecido entre o dominante e o dominado. Segundo Foucault, o poder permeia a sociedade em todas as instâncias, desde o motorista de ônibus ao jornaleiro da esquina. A novidade foi estabelecer que o poder existe e convive entre todos das mais variadas formas. Seja o pode linguistico-persuasivo, seja o poder sobre o doente, sobre o deficiente ou necessitado. E esse poder nos é dado, não pelo Estado, mas exatamente pelo convívio mecanizado. Isso porque, a sociedade ocidental construiu como referência a sociedade capitalista de ascenção. As tais discussões acerca da influência norte americana no mundo não é somente à guiza de discussão. Por ela se estabeleceu o pensamento burguÊs que aceita o poder e o tem como figura paterna: aqui funciona. E é a própria sociedade dos Estados Unidos da America do Norte que estabeleceu: o mais forte sobe, o mais fraco desce. Segundo essa proposta, para que isso ocorra, é necessário que se instaure um micro poder para que, o mais forte possa dominar o mais fraco e, desse modo, torne-se dentro da sociedade em que vive (tal sociedade se caracteriza em qualquer ambiente, seja familiar ou de amigos) o dominante.

Mas Foucault determinou outros "por vir" diante dessa questão problema. Se o poder pode se estabelecer em qualquer instância da sociedade, sem o controle do Estado, como se dá a manutenção desse micro-poder?

É ai que jaz a principal caracteristica, ao meu ver, do século XXI. O suposto dominado tem como constituição e como sonho a ser almejado, um dia poder dominar. E como em qualquer relação sempre há ou surge uma "brecha" (como os anarquistas ou comunistas que surgem diante do capitalismo),é por meio dessa "brecha" que o dominado pode, enfim, tornar-se o dominante. Pode ser por um segundo, mas o infeliz poderá gritar "eu ganhei". Uma conversa ou pela fraqueza de alguém. O micro poder se instaura e torna-se saboroso. A perda da virgindadade, como a criança que experimento o doce pela primeira vez. O infeliz vê-se obrigado a cometer "crimes" sobre o dominado, esquecendo que um dia já esteve na mesma posição.
Foucault postulou essa teoria.
O que nos resta, no começo do século XXI, é um outro Michel que possa nos dizer sobre a alma desse infeliz. Poderia ser um novo Aristóteles, mas ele foi dominado, por algum grego infeliz.

1 comment:

Anonymous said...

Thanks :)
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