Tuesday, May 27, 2008

Be smart

Ninguém poderá dizer o contrário. De tudo aquilo que se foi, da antiga chama. Ninguém poderá dizer o contrário. Feito um caleidoscópio as imagens giravam em torno de um único objeto. E isso era desejo da loucura. Loucura de ter próximo ao corpo, um corpo. a luxúria de antigos desejos e novas aspirações da alma. Ninguém poderá dizer o contrário.

Como se fossem papéis picados, foram pelo rastro do mar, um a um. Pelo vento forte e morno, as lembranças dançavam no balançar – vaivém. E sendo ou não clichê, a vida parecia ter-se colocado em seu devido lugar. As peças se encaixando e o pedaço de alecrim seco entregue ao seu destino. Que destino? Ninguém poderá dizer o contrário quando a ópera começar. Um a um, se foram todas as memórias. No jogo, na peça, pelo oceano sem fim, ali ficaram os pedaços de papel.

Ninguém poderá dizer o contrário. A vida se põe como desejo próprio. As vontades materiais de se amar e ser amado como tanto queríamos, acabou. Acabou por longas horas escorridas em lágrimas insípidas e sem gosto. Sem gosto de retorno e toda a preguiça d´espírito se fez presente naquele instante. Da morte ao nascimento. Ninguém poderá dizer o contrário. Alguns precisam disso na vida, outros mal sabem como ainda estão de pé. O sofrimento pelo que há, virá e foi. As moedas que preechem o bolso furado pela moral destituída. Ninguém poderá dizer o contrário.

As cartas seladas pelo beijo do eterno, o retorno à si. De um lugar para outro, é sempre ali que deve ficar. Umas sobre as outras. O resto, foi-se com o vento. Deito no mar e observo a paisagem grande e tudo pareceu uma ilusão ótica. Deixo estar. Amanhã, sem sol, com sol, ninguém poderá dizer o contrário. A vida encontra um jeito.


"Ninguém poderá dizer o contrário."

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