Tuesday, July 17, 2007

Verso Livre

Poucos têm; aquela antiga sensibilidade que se perdeu no crescer das franjas, no sorriso - aprendido - forjado, na brincadeira de pular e no olhar sem remorso. Pouco têm a habilidade nas mãos em montar luzes e abrir livros infantis como se fosse ainda criança intacta. Poucos têm a força portentosa, visceral e ainda tão sensível de escrever palavras tão unidas na grandeza e na graça. O ato de escrever. Poucos conservam a técnica uníssona de gestar idéias e parir discursos.
Poucos têm.
A sede pelo que é amor, pelo que é puramente genuíno. Poucos me disseram que "precisamos de pouco para sermos felizes" e, quando disseram, poucos tiveram razão. Poucos me dizem aquilo que estão na borda dos olhos, sem medo e sem receio do efeito. Ele tem. Tem isso, pelo que transborda de algo ainda, e raro, intocado pela maldade. Mas tem outras coisas.
Poucos têm a capacidade de se tornarem surpresas. Ele se tornou; uma grande surpresa e eu disse "ele é a surpresa do ano". O bom sentido, aquele que não se acha aos montes, é onde reside aquele de quem falo. Falo e digo pouco ainda. Isso é só uma homenagem. Pouco, meio efêmera, mas é que sou capaz. A ele, seriam redondilhas, e muitos outros sonetos ou poemas. Pelo seu espírito, seria então um verso livre. Isso, ele seria um verso livre, na poesia translúcida para aqueles que sabem ouvir o cantar de poucas rimas - esse é o truque. A poesia, a poesia, está nas poucas rimas que se engrandecem no ritmo poético que perpasse vida e palavra.
Poucos têm o verso livre. Ainda com aquela franja e o passar do tempo. Eu ainda estou aprendendo.
Foi uma vontade que tive em montar palavras para alguém que tem muitas coisas que poucos têm. Isso porque o menino do robozinho, não sabe, mas ele é maior que a altura de muitos mitos que andam soltos.
Ao Tato, na surpresa do ano, na amizade tão ímpar.

3 comments:

Luiz Zonzini said...

Não sei. Mas me parece que esse é um bom lugar, sabia? Os cantos são bons lugares para estacionar, observar vida em mim e em vós. E é bom saber que, se sou visto daqui do canto, existem alguéns iguais: aí nos reconhecemos, e nos entendemos, sem superficialidade ou nenhum tipo de nada que é forçação.
Fico vivendo sem achar que sou uma surpresa assim tão boa.
Mas aceito assim por meus queridos engrandeço tanto a ponto de ficar parecido com aquele que em mim é visto.

Muito obrigado pelas palavras.
Emocionado.

Anonymous said...

Tô tão orgulhoso de vocês que... chuif... ai, um cisco!
Orgulho imenso de fazer parte disso!
Bjo enorme!

Cranmarry said...

Ele deixou de ser o Boy das comidas gordurosas com lápis no olho e olhar desconfiado...
Passando para o que nem olhava
pra se tornar o lego mais legal do mundo, o homem de barba por fazer por causa da sua falta de tempo pelo sugamento da vida intensa e ao mesmo tempo organizada que ele leva
e principalmente...
pra me lembrar o tempo todo, o que é de verdade ter um coração... E como usa-lo full time!