Thursday, August 21, 2008

Tesouras

Eu estou correndo. Por meio de cacos de vidro, pedras brilhantes e uma grama um pouco verde. Estou correndo para alcançar longos caminhos. Correndo contra vestígios perigosos de uma vida regrada. Correndo para saber se o céu é azul ou se tudo isso é mesmo uma das funções da minha retina. Sem saber ao certo em que velocidade tudo deve acontecer, eu acelero, freio em direção ao deserto florido. Porque no fundo as coisas vêm numa outra direção. Não contrária, mas uma direção adversa. E novamente meus textos voltaram a ficar confusos. Sem linha, sem rima, sem pé nem cabeça. Isso é sintoma de esquecimento. O esquecimento da razão. E vivo assim mesmo, numa inconstância de dias, de sabores, de quereres, de tudo.
Correndo para chegar perto. Um caminho de perto. Eu fiz esse texto no ônibus. Hoje, pela manhã, esqueci como escrevê-lo. E novamente, tudo parou de fazer sentido.

1 comment:

Luiz Zonzini said...

Como se tudo tivesse combinado, certamente.