Monday, August 04, 2008

Segunda.

Diz o mito que Artemis, deusa da caça e da serena luz, é a mais pura e casta das deusas. Diz o mito que seu pai Zeus a presenteou com um arco e flechas de prata. Diz o mito. Todos os recomeços. De segunda até outra data marcada no calendário. Ela, a deusa da caça, as florestas e seu exército indomável. O mesmo diriam de Iemanjá. Dos santos, dos mitos, dessa força que vem da natureza, do humano e até mesmo do sangue. O meu sangue. Composto de tudo o que vivo. Daquilo que me faz e desfaz. Dos minutos próximos, de tudo que vi. Das flechas que erram o alvo. Eu vou, aos poucos, juntando o exército.
Como a luz prateada da lua, Artémis percorre todos os recantos dos prados, montes e vales, sendo representada como uma infatigável caçadora. De flechas, vaidosa como é. No seu recanto tão saboroso, ela recruta. Todas as indas e vindas. As falsas intenções e mesmo o cinismo pouco mascarado. Ninguém pode com o mar. Nem mesmo as ondas ou a orla da praia. Ali mesmo, tudo que se joga, volta. Tudo o que se apronta, Ela vê. Nos barquinhos festeiros, garrafas, cartas mal intencionadas. Ela retorna. Com força de natureza e com a maldade dos céus. Elas, em mim, como se eu fosse construído como um mito único, como a soma de todos os medos, todas as forças. Na minha pequena floresta. Nas minhas flechas e mesmo no meu entendimento, onde tudo e todos passam, deixam vestígios. Nada que me cerca. E ainda não sabem que vejo, sem abrir os olhos. Assim, como idiota ou qualquer coisa que valha. Me cercam os cinismos e as más intenções.
Ela, a senhora da caça, a mais casta das deusas. Ela que matou Orion e pediu ao pai que o transformasse em constelação. Ela. Eu aqui, rindo dos pequenos soldados soltos. Animais, que circundam a floresta sem saber de nada. Que navegam pelo mar a procura de si mesmos.
Flechas e arcos. Diz a lenda que nunca traia o mar. Traicoeiro, ele retorna. Nunca duvide de Artémis como fez Apolo. Sofra o escorpião na eternidade da galáxia. A mais casta das deusas do Olimpo. Também a mais mortal.

1 comment:

Anonymous said...

tá! ta bom...

entendi!

vai, pode ir!