Tuesday, July 31, 2007

Vamos falar disso!

Vamos falar sobre como devem ser as coisas?
No trem, o passageiro, sentado à janela, espera a paisagem passar. Aflito, dobra as pernas, recosta a cabeça na poltrona, anseia pela chegada.
A impaciência torna-se cada vez mais presente. A paisagem é vagarosa.
Dobra a perna novamente. O passageiro espera pela companhia da chegada.
Vamos falar da chegada.
Essa história somos nós, quem sabe sabe. Nós que ansiamos por um dia frio e um par de pés. Nós que ansiamos e sabemos que a vida também é feita com o outro. Devemos acreditar? Fiéis aos contos de fada? Sim, devemos. Devemos preencher o coração de ansiedade. Devemos encher os olhos de sonhos. Sem pressa, mas ela vem sim. Rápida, ela vem. Sem pedir licença, ela vem e vai além. Devemos nos segurar na poltrona e aguardar. O destino persegue e chega. Uma linha reta.
Nada deve acontecer por acaso? Quem responde? _______________________________
Bom, deixa acontecer, como diz a letra, naturalmente.

Sunday, July 29, 2007

Da Paixão, Parte II

Variáveis de si mesmo. Em meados de frio e calor, variáveis de um só. Quantos podemos ser dentro de um sentimento? Infinitas possibilidades. Sem motivo ou razão aparente, qual a diferença entre um critério e outro? Sem resposta.
É rápido como uma nota musical. Falo de música sem conhecer. Apaixonar-se é antes abdicar da personalidade; transformar-se naquilo que podemos ser, ou seja, ser o melhor. Mas esse melhor pode e poderá ser também um risco de jogo. Jogar com a personalidade é também ter 50% de chance de perdê-la. Perdê-la dentro de um ritmo veloz e maquiavélico. Somos assim, divisíveis para melhor atender. É o que me parece.
Dentro da paixão, há, inevitavelmente, esse jogo de mostrar-se a cada round. Sim, esse é o risco. A paixão, por fim, é consumada, quando todas essas personas resultam em apenas uma: quem realmente somos. É quando a máscara cai, deliciosamente, e a face verdadeira aparece. Bom ou ruim já se está apaixonado. Não tem volta.
Recaímos na jogatina. A máscara cai e recomeça o jogo barroco. Querer e não querer aquilo que não é o que se pensava ser. Indiferença para o jogo.
Variáveis dentro de um só. Esse é o risco.
Em verdade, acredito, que a paixão realmente começa quando a máscara cai e quando não se usa a máscara pode-se germinar um sentimento verdadeiro. São as tais paixões duradouras. Devemos prestar mais atenção às variáveis para não nos perdemos dentro de si mesmo. Condições para a vida saudável. Realmente, falar de sentimento parece-me dificultoso.
Deixa, a vida se encarrega. Sem otimismo ou pessimismo. Tudo se encaixa. Afinal, todo jogo sempre se pode recomeçar depois do "game over".
Variáveis. Não nos esqueçamos dela.

Friday, July 27, 2007

Da Paixão - Parte I

O que nos difere dos animais?
Seria mesmo a racionalidade? O homem é o lobo do homem, disse Hobbes. Já Rousseau alertou-nos para a possibilidade de sermos corrompidos pela sociedade. Para Foucault somos governados pelo discurso e este é, igualmente como a sociedade, dotado de poder.
É, parece-nos que a filosofia enfim não conseguiu desvendar o que de fato nos move. Aqui, nem pretendo tal façanha. É só um texto de afirmação; tentativa de entender a si próprio. E essa questão que se nos apresenta, essa a de entender o que nos move é deveras complexa. De linhas exauridas de tanto esforço, deve-se, a priori, selecionar um item que poderia ser o objeto desse estudo.
À guiza de prefácio, selecionei Amy Winehouse como trilha sonora. E os que entendem de filosofia devem estar se questionando: “o que diabos está fazendo Amy Winehouse e Hobbes em um mesmo texto?”. Nada, exatamente nada.
Vamos lá.

Ao que me parece, talvez simploriamente, o que nos difere dos animais seja algo universal. Poderia ser uma sucessão de sentimentos. Poderia ser a vontade. Luxo, gula, e muitos outros pecados capitais.
Aqui, receio dizer que pode ser a paixão. Sim, a paixão. Ela nos move. Ela nos move em direções, em sentidos, em vontades e em atitudes que, sem ela, estaria inertes, languidamente deitados à sombra. O homem é o lobo do homem, como pontuou o pobre Hesse. E sem a paixão quem é exatamente o homem? Pobre, vazio, efêmero e, como diriam os de língua inglesa, pointless. Penso que aquele movimento dentro de cada um precisa de um start, quase como o fogo precisa do oxigênio, da brasa, ou seja, aquele ponto de partida. Apaixonamos-nos desde o inicio. Pela mãe. A mãe, movida pela paixão/amor pelo filho, se fortalece. Os devotos de Cristo, ao que me parece, são movidos à paixão que sentem pelo “salvador”. O ocidente enfim, nutre sua paixão pelo catolicismo. Os viciados, apaixonados pelo risco, potencializam a representação do mundo. Apaixonados.
Aqui a paixão deve ser entendida de todas as formas que a conhecemos. Ela pode ser desde o papel de carta do ensino fundamental, ao amor juvenil estilo Romeu e Julieta, até as paixões maduras como em Casablanca. Sim, o homem é o lobo do homem.
A paixão enquanto vontade de representação de si mesmo. Não somos Caeiro, infelizmente. Vivemos pela magia do signo romântico. Pelas batidas do coração em desespero. Foram os contos de fada? Não seguimos as purezas de Platão. Caverna e mito. Até mesmo Édipo. Temos a síndrome de Medeia que, pela paixão, assassinou os filhos. É compreensível. Até mesmo as leis partilham da idéia de redução da pena se o crime foi praticado num ato de paixão.
Somos movidos pela paixão. A paixão por Cristo nos fez erguer um império, talvez o mais poderoso que conseguimos. Pela paixão somos capazes de destruir a própria vida para refazê-la em outro. E quando a paixão acaba, acaba a graça. Quem consegue transitar da paixão ao amor? Poucos, bem poucos. Quase ninguém. Não se pode negar que a paixão por um livro faz com que a entrega seja mais prazerosa. Conhecemos a vida pela perspectiva da paixão e quando esta não é presente, o sentido torna-se distúrbio. Sem a paixão, parece que o sangue corre devagar e que as nuvens, sim as nuvens, passam lentas pelo dia. É a vida é mesmo estranha. A vida, quando ela começa, tem o marco inicial na paixão; aquilo que nos faz crescer seja em lágrimas, seja em sorrisos. Perversidade, culpa, gozo, desespero. A paixão é dona da loucura. Qual o sentido em falar de G.H e Goeth, quando podemos no real sentir tudo isso. Lucíola enfim teve seu destino por conta de sua paixão. Corrompemo-nos pela paixão. Senhora de um tempo estranho. Quem nos apaixona? O que faz nos apaixonar? A vontade de si próprio.
O homem é o lobo do Homem. Parte I.

Thursday, July 26, 2007

Good Girl

Quando escrevo, me perco. Me perco entre tudo aquilo que ouvi, as coisas ainda não ditas e todas as imagens que vi no caminho, entre o planejamento e o texto.
Escrever quando não há o que escrever dentre tanta coisa que pode ser dita. Esse pequeno ato que é se deparar com o silêncio e as vozes mal organizadas. É como um projeto. Uma forma de se embrenhar por onde passam alguns, pequenos, sentimentos. Mas, é por isso que quando escrevo me perco.
Pelas ruas, as palavras sobem daquilo que vejo, organizam-se no espaço fictício-real e depois desaparecem.
Voltam, alguns segundo, mas me perco.
Volto logo!

Tuesday, July 24, 2007

Caçada

Uns dizem que não entendem; outros prestam atenção e sabem quando é o momento. Momento da caça.
Outros se fazem, e sabem, que são vítimas - caça. Outros nem tanto, acordam com o arco e a flecha na mão.
Uns dizem que ler jornal é informativo; outros, atentos, preferem sair na rua.
Outros sabem a importância de conhecer artes. Nem tanto, outros, muitos, preferem ver rendeiras nordestinas.
Uns sentem paixão ouvindo Mahler; outros preferem nacionalidade e batuques carnavalescos.
Outros dão importância aos livros, mera importância; Uns conhecem pouco, gostam pouco, e preferem assim ler bula de remédio.
Falar de si, falar pouco, eu pequeno, caça caçada. Eu, pequeno, mostrei demais, deixei demais, senti demais. Demasia e excessos. Verdades e inverdades. Sou meio antítese daquilo que não aprecio. O ócio que me deixa feliz, é também meu inimigo, assim como as letras e os discursos infundados. Tenho memórias de infância pouco vivas. Carrego mistérios e não consigo dormir de luz apagada. Tenho pouco, falo pouco, durmo muito e parei de ouvir Jazz. Mudo demais, por vezes sem saber para onde vou e tenho uma imensa vontade de fazer as malas e partir para um vilarejo distante, pouco habitado e sem menores pretensões. Pequeno que sou, preparo mentalmente minhas malas para aprontar-me a uma vida módica. Exaurido. Inexorável, preparo malas. Preparo partidas. Posso ser carente, mas posso ser caramujo.
Entre a casca, o muro e uma deliciosa vontade de desaparecer, uns dizem que sou aquilo que conhecem. O valor da vida. O valor daquilo que se espera de um tempo distante -
Me espero no portão. Um dia voltar. Uns dizem que para darmos valor à vida, devemos entrar em contato com a morte. Nietszche que não me ouça, mas sou assim dialético. O mau existe para balancear o bom. Niesztche que não nos ouça, mas traímos a sua filosofia. Caça e caçador.
Quem importa?
Ele que não nos ouça quando dizemos que uns gostam de saber e outros também.

Monday, July 23, 2007

Francamente

Começo sempre com uma frase que se repete ao longo do texto. Mania. Mania de escrever rodeado por um fantasma, uma palavra e uma idéia quase fixa.
Francamente, algo me surpreende.
Certamente, é fato aquilo que me provê orgulho e admiração. Pouca coisa, em verdade, me permite dispor certos sentimento. São realmente poucos os que arrancam de mim admiração que ça admiração. A poucos também me permito. Cuidado de murros que já levei. Aos pouco, em gotas d´agua, deixo-me penetrar. Assim, ocorreram com aqueles que hoje amo sem pestanejar.
Francamente, hoje me surpreendi. No bom sentido, sentido estrito e pragmático, hoje me surpreendi ao perceber que em mim nasceu um orgulho. Admiração é algo estranho. O orgulho por alguém igualmente estranho. E hoje, como poucas vezes, me veio essa sensação. Jubilos.
Admiração por conhecer alguém que em tão pouco tempo germinou em mim verdadeira adoração. Não, não é piegas. Piegas é falar de rosas. Aqui, é só fruto de uma intimidade que se transformou em motivo de orgulho. Ao menino, que me faz rir, que completa frases, o amigo que compartilha manhãs de sábado e gin russo.
Sim, esse homem que, pequeno, é assim particular em uma grandeza nobre. Sim, esse menino que não disfarça humanismos nem moralismos fúteis. Essa presença nos meus dias. Orgulho por saber um pouco, mas muito, daquilo que o fez ser quem é. Tu não te moves de ti. Francamente, tenho muito a dizer, mas pouco a escrever. Digo a mim mesmo "esse é motivo de orgulho".
Francamente, me emocionei, como poucas vezes, em ouvir uma história bonita, sincera e sem cair na orla do auto-orgulho, que é feio. É, tudo pode nos surpreender. Melhor quando a surpresa, em verdade, não é surpresa, mas confirmação de suspeita. Concretizar uma idéia. Nem tenho palavras o suficiente para continuar aquilo que se exprime na sinceridade e na franqueza.
O que eu ia dizer é: tenho orgulho de você; admiração.
Para Rafael.

Se chove lá fora

Antes, sem soar de um modo caótico, somente antes do relógio contar os ponteiros, eu já vi a saudade chegar. Cega, ela vem e me abate, como se eu fosse feito para isso. Não entendo da vida. Dela sei pouco, pouco menos que deveria. Da vida, quase não aprendi o que as lições quiseram me mostrar. Reprovei, admito.
Antes de qualquer vontade, vem a saudade. Sim, admitir é tarafa hercúlea. Outras coisas me vêm como um soco. São rápidos os pensamentos. Sem que eu possa processá-los no meu pequeno limite. Tudo parece estranho. Os dias passam rápidos. Eu, a espera, passo inquieto. Acelarado sem rumo. Talvez eu esteja com o coração vazio. Preenchê-lo com o que aparece não é a solução. Preencher, sobrepor, aquilo que está por vir. Só a saudade de conversar com você ainda. É, admitir é tarafa braçal.
Em verdade, há muita coisa que a vida me trouxe no meio dessa saudade. Alguns amigos, que me conquistaram de muitas formas, de variadas maneiras. Muitos ficaram no caminho; outros permancem aqui. Eu, apaixonado que sou, entreguei um pedaço de mim. Talvez a vida possa ser isso de surpresas; daquilo que não se espera. O que me trouxe essas pessoas não sei. Conheço apenas que há uma verdade em tudo isso. Minha paixão por esses. Surpresas. Enfim, a vida pode ser só uma surpresa, raros momentos, e algumas outras coisas. Sou objeto do inexplicável.
Saudade daquilo que não sinto, nem forço sentir. Troquei as chaves para não abrir as portas, mas, inferno, você sabe como abrir sempre. Eu permito. Só a você eu permito ter as chaves. E não adianta mais o questionário do porque ou o ressentimento alheio: aqui, existe um lugar, esse lugar que é você. Negar, seria arrancar com as unhas algo que não se pode trair. Você, a quem eu sinto saudade.
São dias específicos. Vaivém. Quero estar na cama.
O telefone toca. Ainda a saudade.

Friday, July 20, 2007

A seta e o alvo

Não me lembro quando. Dia, hora, mês. Não lembro. Talvez eu tenha dito algo desnecessário e ele não gostou. Teve uma segunda vez. Precisa de datas?
Eu já sabia o que acontece quando dois escorpiões se encontram. Eu sabia, mas não sabia. De encontro, sem venenos, ele veio, e foi rápido como um golpe. Sem fogo ao redor para fugirmos, entrelaçamos as couraças pretas e lustrosas.
Perdemos o instinto. E riso, muito riso. Ele me fez enxergar partes em mim que estavam escondidas entre escombros e naquela minha antiga falta de prática e razão. Ele me deu isso.
Hoje, ele tem um significado grande nessa minha pequena, mas feliz, vida. E eu nunca disse. Sou meio elefante. Mas ele tem. Ele é esperto, adora o Moska e por isso eu fui o alvo do bom gosto dele. E ele a seta. Dois escorpiões. Eu digo pouco o que acho dele. Queria um lousa para desenhar traços infinitos de carinho para esse menino que me invadiu com a risada gostosa. Infinito também porque ele ainda não sabe, mas a vida quer ele para sempre. É raro, sabe? Encontrar um Mario por ai. Raro, raríssimo. Encontrar um Mario como esse: coração de luz; ele espelha essa luz para a gente. POde ser só um sorriso daqueles gostosos que ele dá. Pode ser aquele jeitinho de abraçar - como um ursinho - e pode ser quando ele se transforma nos conselhos assertivos. Minha parte bem masculina. É raro. É raro encontrar por aí qualquer fragmento que seja de um Mario. Ele não sabe ainda, mas tem muita coisa chegando na vida dele. Mudanças. Mudanças boas. Estou sempre torcendo. Pareço bobo. É raro.
Eu fui o alvo dessa seta. Ele será o alvo da minha seta. Dois escorpiões que se completam, como aquele símbolo chinês-japonês. Ele é raro. No meu coração tem uma estrela de 4 pontas. Ele sabe que é uma delas. Sem ele, perco o brilho. Com ele, engrandeço meu brilho, porque ele, raro que é, de coração luminoso, triplica a luz do mundo.
Ele é, para mim, o meu biscoito, para outros tem muitos nomes, para todos ele é o Mario.

Thursday, July 19, 2007

É assim...

Goethe escreveu "como, no dia em que foste doada ao mundo, o sol levantou-se para a saudação dos planetas (...)". Ela veio, com o mar dentro dos olhos, com a força luminosa e percorrendo os mundos. Em apenas um dia, talvez menos que isso, alguns segundos eu entreguei minha alma em confiança plena e segura, como a folha se entrega ao vento, para Athemis. Não pode ser apenas o mito.
Quantas palavras em vão tentarei buscar e delicadamente tentarei descrever aquela que não se descreve; se conhece. Ela me veio, com asas de anjo, me emprestou, ensinou-me a voar, consertou minha asa, fraca, quebrada para juntos poderemos voar. Voamos, alçamos voo para esse lugar privilegiado que é o sentimento de se amar e só.
Conforme a lei de teu nascimento, ninguém poderá saber mais dela do que o céu. Sim, o céu. Sem pieguice. O céu, aquele que abriga, aquele que abrange as pequenas criaturas; ela é o céu. Abriga o conhecimento. Um aforisma para mim, para o outro, para ela. Amanhã, estaremos lá na varanda, comentando um livro da Hilda, a Chloe sentada, com os olhos da mãe, procurando entender porque o dente-de-leão tem aquele efeito.
Ela é a minha pessoa. Eu espero, no anseio, em dar a ela um pouco da minha fragilidade e a gente se troca. Minha pessoa. Como poderia então voar, se ela não tivesse me emprestado as suas asas? Cisne de plumas douradas. Ainda a gente terá verbos de futuro. Próximo, bem próximo. De mim e dela.
Isso é pouco para a Fabi, a Fabiana, a Amora. A minha Fabi. Ela é.
Ela fez o sangue do meu corpo ser insuficiente se, ao acaso, não estamos juntos. Assim, fundamental ela é, está e estará na minha vida. Um aforismo. Uma palavra. Um momento. Infinito? Pouca essa definição, assim como são poucos os adjetivos para ela, a Fabi.

Wednesday, July 18, 2007

Vamos cantar?

Algum dia de agosto, disseram-me "vamos cantar". Aquilo foi e é a frase que me fez crer na força que vem do outro e que vai, como um estopim, dentro do coração. Aquilo que dá força.
Quem disse? A menina com as tranças, a menina sem tranças com flor no cabelo, a dona de uma voz intensa, dona das mãos de trabalho e de olhos que soltam faíscas.
Ela me disse. Ela me disse aquilo e ficou presa aqui no meu coração. Talvez seja um vício, essa coisa de amar tanto alguém. Um vício que percorre a vida ao futuro. A gente ainda vai sentar na varanda do sobrado dela, enquanto a comida está no fogo e as crianças brincam no jardim. A gente ainda vai ouvir Rehab, aos 40 anos, e dançar na sala tomando Mojitos feitos por ela.
Ainda vamos chorar e rir. "A gente ainda vai rir disso". E rimos assim, daqui pra frente.
Ainda vou nas suas festas e vou ver um filme que ela traduziu. Ela ainda vai me dizer "vai amado, vai". E a gente ouvindo "i told you that im no good". Ela vai sentar e tirar o óculos. E sem ela o mundo fica preto-e-branco.
Ela não sabe ainda, mas ela é ímpar e sem precedentes. Ela é rara, nem como jóia porque jóia tem preço; rara como ser que é, além do humano. Linda, cintilante, forte, sincera e ainda, o mais bonito, ela é doce, sutil e, mesmo odiando, ela é neutra. Quase uma Suiça no meio de todo caos.
Ela me abrigou, eu abriguei ela. A gente se abriga. E hoje, lembrando daquele dia em que ela me disse para cantar, eu dou risada. Ela me fez cantar e, eu, estou cantando. E vamos continuar cantando. Ela é letra, melodia e música e por isso ela faz meu coração dançar!
Ela é a Amada, a Teresinha para alguns, a amora da Fabi. Ela é a minha Amada.
Este é o seu texto. Pequeno, simples. Mas os amores são feitos disso: pouco, sincero, amado.

Tuesday, July 17, 2007

Verso Livre

Poucos têm; aquela antiga sensibilidade que se perdeu no crescer das franjas, no sorriso - aprendido - forjado, na brincadeira de pular e no olhar sem remorso. Pouco têm a habilidade nas mãos em montar luzes e abrir livros infantis como se fosse ainda criança intacta. Poucos têm a força portentosa, visceral e ainda tão sensível de escrever palavras tão unidas na grandeza e na graça. O ato de escrever. Poucos conservam a técnica uníssona de gestar idéias e parir discursos.
Poucos têm.
A sede pelo que é amor, pelo que é puramente genuíno. Poucos me disseram que "precisamos de pouco para sermos felizes" e, quando disseram, poucos tiveram razão. Poucos me dizem aquilo que estão na borda dos olhos, sem medo e sem receio do efeito. Ele tem. Tem isso, pelo que transborda de algo ainda, e raro, intocado pela maldade. Mas tem outras coisas.
Poucos têm a capacidade de se tornarem surpresas. Ele se tornou; uma grande surpresa e eu disse "ele é a surpresa do ano". O bom sentido, aquele que não se acha aos montes, é onde reside aquele de quem falo. Falo e digo pouco ainda. Isso é só uma homenagem. Pouco, meio efêmera, mas é que sou capaz. A ele, seriam redondilhas, e muitos outros sonetos ou poemas. Pelo seu espírito, seria então um verso livre. Isso, ele seria um verso livre, na poesia translúcida para aqueles que sabem ouvir o cantar de poucas rimas - esse é o truque. A poesia, a poesia, está nas poucas rimas que se engrandecem no ritmo poético que perpasse vida e palavra.
Poucos têm o verso livre. Ainda com aquela franja e o passar do tempo. Eu ainda estou aprendendo.
Foi uma vontade que tive em montar palavras para alguém que tem muitas coisas que poucos têm. Isso porque o menino do robozinho, não sabe, mas ele é maior que a altura de muitos mitos que andam soltos.
Ao Tato, na surpresa do ano, na amizade tão ímpar.

Monday, July 16, 2007

Narcissus

Some more of that.
Chove fraco hoje. Uma chuva fina, talvez um pouco pesada com a sensação de que o passado finalmnte se desfez e virou memória de saudade. Os processos, aquelas idéias que eu ia processar, por fim chegaram ao final. Processei algumas. Outras vão permancer no questionário da vida - que será respondido por ela mesma.
Algo translúcido perpassa lentes grossas, com gotas escorridas e algo em velocidade considerável se move subindo o morro. Não entendo ainda muita coisa. Esse final de semana me fez acreditar em algumas. Talves eu nunca aprenda. Ser feliz é, senão um exercício, algo que devo aprender. O direito de coisas boas acontecerem sem que eu precise, antes, sentir dor. Eu preciso me intitular no panteão. Sem mitologias, sem pressa ou literariedades subjetivas. O prático é o que me falta. Deixar ser feliz por si só.
E ainda, vem aquela saudade, por vezes encanada, com um frio no estômago. E vem pelas veias finas, escorre pelo corpo.
Estou chegando.

Sunday, July 15, 2007

You only live once

Saudades de algo novo. Ainda nem sei de borboletas que sobrevoam a parede do estômago. Saudades daquilo que se foi e não volta mais. Saudades da minha mãe. A praia é me refúgio, admito. Me completo e me esqueço aqui, simples assim. Não tão simples. Eu venho e assim fico.
Será que tenho o direito, mesmo pouco, será que tenho?

Friday, July 13, 2007

Paparapa

Eu ainda vou processar. De verdade? Processos de vida. Processos para nunca mais ser aquilo que não sou, não fui e não quero ser. Lembra do último episódio. Não serei um vídeo. Nem uma interpretação reduzida a mínimos de atenção.
Aquilo foi. O que é real. Somente aquilo. Simples, como deve ser, porque certas coisas são simples. Simples. Essa é a palavra da ordem. Eu sei, sou e serei julgado. Bastante até. Enfim. Posições. Não é orgulho. É só meio olho aberto, a mão estendida e uma vontade.
Viro o braço. Viro a cabeça, e o corpo inteiro para perto.
Eu ainda vou processar tudo isso que foi rápido e não planejado, pois minha maldição é planejar e dar errado. Sempre. Foi o que houve e é o que haverá. Não sei planejar - conclusão. Melhor é deixar como foi. Mas nem sei como será. Não quero uma interrogação, nem frases prontas. Deixa como está. Como veio, vai continuar, ou ir. A pressa que se encarregue de ficar bem guardadinha dentro de mim. O resto eu faço. Só um carinho.
Quero a todos a concretização de um bom final de semana, de sonhos, pesadelos, desejos, impaciência etc. Enfim,
como somos no fundo, todos nós.

Thursday, July 12, 2007

Process, program your self

Eu ainda vou processar. Todas as idéias em uma só. Condensar as vontades, os anseios e a falta de paciência para dar sentido aos lugares, coisas, detalhes, pequenices da vida cotidiana.
Quero suores noturno trocados; sem frio ou calor, que as coisas aconteçam no tempo delas. Sem choramingar pelo que foi, não foi ou pelo que poderia ter acontecido um dia.
Se, se, se...Muita dúvida, pouco valor, e é sempre assim. Histórias cruzadas, encaracoladas pela sensação de que no céu ainda há muita nuvem. Sem sentido, eu vou, continuo escrevendo coisas para alguém que não lê. Já faz tempo que os sentidos se perderam. Uma voz e uma vontade. Aquele antigo pesar das coisas, dos problemas pessoais, da sensação de estar tudo errado em seu devido lugar. Mover pedras, tijolos espalhados. Sem razão, fui e sou assim. Bate uma saudade, aquela vontade de ver um sorriso e ouvir a voz. De antemão, espero o processo. O martelo bater e estalar> Start. Here i go again.
Eu ainda vou processar tudo isso em uma palavra.

The Kiss

O visionário. Pede calma. A visão, profecia profana do bem querer. A vontade de mundo, que não é mundo, mas a representação do que se pede ao mundo e o que ele tem a oferecer. De repente a vontade de saber um furuturo nada próximo, esperançoso, como crianças esperam um tempo lerdo, vagaroso.
Surtos do inverno, onde tudo se passa na quebra do vento com o rosto, na bebida fumegante. No inverno os sentidos mudam. Parecem interiorizarem-se, todos os sentimentos, para dentro do calor que o corpo provoca. Acordar, lavar o rosto em água quente, vestir-se. O visionário pede calma aos transeuntes. As passos inquietos.
E a chama daquele resquício de vontade. Acessa, presa à lâmpada incandescente. Vontade de querer. O saber, pede paciência. Alguém definitivamente precisa morrer. Sim, filosofia do visionário.
Tudo a ele.
Pede calma. Paciência.

Wednesday, July 11, 2007

Pardon

O que é a sensação? Sentir algo?
Sentir que poderia? Sentir alem do que o corpo pede. Mil pensamentos que sobressaem, perpassam a distância entre o corpo e o mundo. Manifestar-se diante do inconsciente, aquele inconsciente que nos faz querer sem saber o porquê. Lá se vai a vontade e quando menos se espera, vêm o murro. O que é a sensação de gostar de outro? A devoção, flagelada, de um sentimento altruísta. Roland Barthes, teórico francês, em seu ensaio Fragmentos do Discurso Amoroso, detalha por meio do campo léxico característico dos escritos amorosos, as relações estabelecidas entre o discurso e o sujeito amoroso. Em específico, Barthes diz que ao nos apaixonarmos por alguém, de fato, estamos nos apaixonando por nós mesmos. Isto é, ao se apaixonar, o sujeito amoroso vê no outro aquilo que quer para si, aquilo que se guarda no íntimo e, logo, a vontade e o crescimento do sentimento vão de encontro ao ego e não ao outro.
Essa proposta nos parece deveras interessante. Mas pouco prática. Serve-nos para os escritos amoroso, às análises crítico-lingüísticas para tratar de assuntos do texto, literários ou não. Na vida prática, sim, a vida prática, bestial, infantil, imatura, desenfreada, enlouquecida pelas vivemos-felizes-para-sempre, nos acostumamos que sem a paixão, estamos vazios. E, claro, que é exatamente essa a sensação que perdura enquanto o coração não pensa em outro. E é estranho essa forma característica de não ser um eu se não houver o outro.
É pertinente, bastante pertinente prestar atenção às sensações. Essas que nos movem à loucura, ao delicioso, ao lascivo encontro da pele, do corpo, da mente e de alguns, poucos, sentimentos nobres. São estágios, essas sensações. Primeiro, vêm a coisa idílica, bonita e altruística. Transforma-se então, em certo estágio, no ódio, na mágoa e no egoísmo de atos e palavras.
E o tal do amor puro? Será que ele existe ou é mais uma criação estranha da ficção?
De nada adianta. Algumas notas de rodapé. No entanto é só para eu tentar entender porque me apaixono, apaixonei e sempre apaixonar-me-ei. Essas sensações.
- Te mando a energia de meu pobre pensamento...eu estou preso naquela cela.
- quando eu era criança, tinha esquecido que crescer...
- não lembro. A última vez que eu te beijei!
- Isso é estranho, porque eu não gosto dessa música...

Tuesday, July 10, 2007

Notes on a scandal

Assistir a um filme, ou ler um livro, pode ter um significado especial ou até mesmo epifânico. É o sentimento, aquilo que nos provoca e nos impulsiona para um lugar cuja a preguiça não nos deixa chegar. Algumas vezes é necessário. Quase sempre. E ficamos assim no zero a zero. Um a um. Dois a um. Um placar de muitos erros, poucos acertos e sem disputa final. Resultados acumulados. Com quem está a bola mesmo?
Que sensação aquela de ter as pernas tremendo, a lata de cerveja fazendo ondas e os pés grudados no chão, quase sem conseguir se mover. Sim, os pés presos. O coração galopando, a boca seca e os olhos quase, quase cegos. Duas escolhas. A de sempre e uma nova. Escolhas. Já escrevi sobre isso aqui. Fizemos escolhas nesse domingo. Eu, Maria, Mario...Escolhemos bem? Quem sabe...Talvez seja esse o começo. A escolha é só a largada para algo, ainda obscuro.
Mas nos reunimos quase como uma família, e isso é o que importa. O filme, os cigarros, as alegrias, as tristezas, as vergonhas e os motivos que nos unem na sinceridade da companhia.
E a escolha? Ela me fez acreditar em algo que eu não sabia se realmente existia. Um sentimento que parecia enterrado. Culpa das pernas bambas e das mãos trêmulas.
E se o gelo rachasse? Cairíamos na água. E se nos afogássemos? Nadaríamos para a costa. E se ficássemos cansados? Nos revezaríamos um com o outro, nadando pelo outro. E se não achássemos a costa? Boiaríamos como duas esponjas. E se, e se, e se... E se?
O gelo pode rachar, poderíamos morrer afogados, mas e se eu não pensasse nisso? E se ao invés de imaginar que o gelo poderia rachar, eu imaginar que ele não vai rachar, mas ao contrário, ele pode estar sólido para nos segurar.
E se?
Feriado estranho. Bom, ruim, intenso...

Saturday, July 07, 2007

Dream a little dream of you and me

Eu tenho um sonho. Eu tenho sonhos intermináveis. Alguns já mais do que reais. Outros, quero-os sonhar eternamente. Nada é proibido. A busca daquilo que falta; um pedaço, uma canção, um livro, um beijo e um outro sonho: aquele de sonhar.
Verdade, admito, que sonhar é pouco. Realizar é tarefa romana. Luta, muita luta braçal. Planejamento do futuro, se houver futuro para se planejar. A vida pede por um plano. Uma meta. Mas sonhar é também acreditar. Filosofia de porta de bar. Na infância temos os primeiros planos e sonhos. Depois tudo se transforma. Eu sempre quis ser médico, biólogo, ter uma casa no campo, ser uma pessoa melhor. Quando criança eu sonhei que eu poderia ser tudo isso. Hoje em dia, ser médico não é mais sonho nem plano. Serei professor. POssivelmente terei a casa no campo e nela, novos sonhos entraram: meus filhos, meus netos, minhas amigas. Construir uma família. Estudar muito. Ter uma biblioteca. Muitos sonhos.
E também acreditar naqueles que temos afeição. Por que eu acredito? Será causa do meu sentimento perverso que não me deixa ver além do não existe? Ah, mas eu sonho que aquilo que não deu certo ainda possa ter um novo novelo para tricotar um novo enredo. Mas eu acredito nas pessoas. Acredito nos sonhos de cada um. Sim, acredito que eu ainda tenho muito do que eu perdi. Aquela criança está, viva, aqui, na pele ainda infantil, nas bobeiras que digo, no cabelo quase loiro, no meu jeito de sorrir e correr. E mesmo depois de tantos anos, eu ainda me deito do mesmo jeito: esfregando os pés uns nos outros; sentimento de criança. Faço cachos no cabelo para dormir e me balanço, como fazia minha mãe comigo.
Vamos sonhar. Sem perder o despertar para tudo aquilo que há lá fora. Acreditar pode ser um começo, o inicio de uma era.
Vamos?
Bom feriado!

Thursday, July 05, 2007

Free for tibet, whales and everything else

Mudamos. Da questão pendente ao questionário filosófico. Filosofar. É, pode ser que a filosofia tenha tentado nos arrancar o pensamento, a reflexão e a vontade de entender-saber.
Mudamos enfim. Daquilo que devemos aprender com as duras penas. Transitar as vontades. Querer nem sempre é poder. Mudamos para o lado mais iluminado. Sombras que se perdem. As lições que aprendemos devem nos mudar. O caminho trilha de outro jeito. Sempre a mesma força de sentir vontades.
Enfim, mudamos. Um prato de lugar, um quadro torto ou um livro da estante. Poeiras e festas de água e sal. A bebida substituída. Mudamos para que o futuro arquitete algo além do que somos capazes de ser e fazer.
Mudamos. Onde?
Sei lá.

Wednesday, July 04, 2007

Parte II

Certeza. Ter a certeza daquilo que se quer. Ouço muita teoria. Faço tricot. Perco o sono. Penso naquilo que eu quero e na certeza de querer. O desejo, a coisa física de consumação da pele e dos sentidos. Será disso que a paixão é feita? Exatamente Estar apaixonado. É a consumação. Fatos. Desejo da pele. Desejo do fogo. Poética do fogo. Arde, queima, dói, arranca o sono, o controle e a razão. E depois? Somente cinzas, num cinzeiro, somente a marca na pele, a dor do amanhã e as conversas não ditas.
Certezas. Ter certeza daquilo que se quer. Do que se pode ter e, por que não, certeza daquilo que podemos suportar. E a cegueira momentânea? Ah, claro que a paixão é senhora dos véus e das vendas escuras.
Será que um dia teremos a certeza daquela velhice tão programada com a Maria?
Aqueles sobrados, as crianças brincando, a comida fumegando no fogão, a mesa quase posta, Fabiana temperando a salada, Pedro (meu filho) jogando água pela janela. O jardim precisando de mais rosas vermelhas. E depois todos sentados. Eu de mãos dadas, Pedro no meu colo enquanto Maria fala algo sobre uma cantora nova. Fabiana à minha frente com a Chloe (acho que esse seria um nome bonito para a filha dela) lendo um livro infantil. Pedro pega na mão de Chloe e leva-a para fora. Uma brincadeira infantil.
Vamos nós três, eu, Fabiana e Maria para a varanda fumar e falar sobre a semana e sobre os problema conjugais. Maria diz “ai que ódio”, morrendo de ciúme de alguém. Fabiana olha e dá um conselho e fala sobre uma paciente sua que tinha um grave problema com o marido. Eu, olho e respondo dizendo que “sei lá, não tenho ciúme. O (piiiiiiiiii) e eu não temos isso. Damos risada quando acontece”.
Nos despedimos na porta de casa. Eu entro, sento no sofá da sala. Abro um livro e (piiiiiiiiiii) senta ao meu lado. Eu, cansado, deito e coloco a cabeça na sua perna. (piiiiiiiii) assiste televisão, enquanto durmo, tranqüilo e acolhido.

Certezas? Quase nenhuma. Só o planejamento e a vontade de saber ó quereres.

Tuesday, July 03, 2007

Save the Heart

Ontem disse: "os que mais sofrem, são aqueles que não sabem o que querem".

Só por hoje. Frase do dia.

Daily Soundtrack: Amy Winehouse - Frank

Monday, July 02, 2007

Tearing Herself Away

O direito de se deixar sofrer. Aquele direito de ficar triste; deixar os olhos cairem e deixar-se em emoção.
Existe tal direito?
Existe esse direito de não querer perdoar, mas sim, ficar triste. Como um processo, suponho. E como toda história é cíclica, as coisas passam, vêm e vão. Sem determinação de relógios. Sem mágoa do tempo e do espaço, um dia ocupados. Pensamentos que seguem um rumo diferente; novos ares. E as lágrimas talvez devam vir naturalmente, pela encosta dos olhos, derrubando caminhos rumo ao destino final.
Existe o direito de pelo menos um sentimento. Se permitimos a felicidade, porque não permitir a tristeza?

Sunday, July 01, 2007

Song, Lyrics and a blank page.

Fica combinado.
Fica combinado que eu ficarei aqui, desse lado, enquanto a história é lida. Fica combinado que eu coloquei um véu nos seus olhos. Fui além e voltei outrem. Fica combinado que por dias seus cheiro estará guardado na minha pele que o furtou só como lembrança. Minha velha mania de mascar cicletes. Você ai e eu aqui. Fica combinado que faltou uma faísca, uma bituca em brasa para acender esse algo que está apagado. Fica combinado um nada, um antes e sem depois.
Desejos, asas, pecados e a velha história. Astrologias virtuais; caimos no consenso. Eu tive duas. Duas vezes me deixei pelo sentimento e deixei a razão no banco. E foi assim mesmo que tudo aconteceu.
Me disseram uma vez que cada um teve ter a força para arcar com as consequencias das escolhas. E cada dia é uma escolha nova. Agora, escolhi escrever esse texto. Escolhi combinar, por uma escolha sua, o que combinamos. Pode ser uma karma, pode ser simplesmente um momento de troca de olhares um pouco, um pouco, mais profundo do que deveria ter sido. Uma dança de violinos sonoros e desfinados. Fica combinado que eu ainda montarei quebra-cabeças pensando do "se" e no "é". Eu combino muito e não encaixo. Ser diferente do que foi. O que fazer com tudo isso agora?
Fica combinado que para mim restou ainda muito carinho. Seu cheiro eu roubei. Restaram as horas daquele dia. Tão rápido. Tudo se passou. Fica combinado que eu vou para lá, tentar, esforçar-me para lavar as mãos e tirar o cheiro.
A borboleta volta para o casulo. Criança brincando com fogo se queima. É isso.