Tanto estranho, como em qualquer lugar. Cheguei até aqui, perdendo a ponta dos dedos. Drama, puro drama. Derrelição de alguém que faz dramas, quase como um teatro. Eu sou o apogeu do sorriso escondido na máscara, essa mesma que uso todos os dias. Um dia, assim comum, eu atingi uma certa altitude. Coisas de quem faz drama a céu aberto. Em breve, morar no caixote usando roupas finas e um pouco, um pouco de cultura falida e desnecessária. Olhos nos olhos, como diria Chico. Inútil, cultura inútil, porque da vida nada sei e não consigo aprender com isso. Excessivamente sentimental, tenho algo que me deixa inerte; negligente mesmo, como costumeiramente me dizem. Uma negligência típíca dos preguiçosos que dormem à beira da palmeira em plena segunda-feira.
É, sou feito de dramas teatrais, como já disse. Tão simples seria. Tão verdadeiro, mas não consigo. Sinto aos poucos um certo desaparecimento. Desvanecendo pouco a pouco, como se a seta tivesse, enfim, acertado o alvo. Chega! Dramas à parte. Eu vou assim. Acordo atrasado porque prefiro sonhar do que...drama. Daqui vinte anos, um tubo na garganta e um pouco, um pouco de cultura. Pode não parecer, mas não é fácil. Sentir que tudo a volta desapareceu tão rápido que nem os olhos conseguiram captar o exato momento em que tudo foi embora. Mais rápido do que uma piscada. Entrar dentro do buraco, na relva que perdem-se os fracos e os oprimidos. Que adiantou tantas palavras? É só um teatro. Eu sonho e sonho e só redescubro uma fauna de folhas mortas e algo, algo desaparecendo sem deixar rastros. Confinar-se dentro da folha mais seca e perder-se ao vento. Leve, mas esquecível. E vou assim para a posteridade. Sem o filho que tanto quis, sem as flores e as roseiras na varanda e aqueles tão ingenuos, porem velhos, sonhos intermináveis. Sentido? Não há sentido. Só a fórmula de estabelecer um vínculo com a mediocridade de se ter vivido mais de 20 anos à sombra de uma palmeira.
É mesmo um drama. Por isso não conto nada. Se é drama, deve-se esperar o fechamento da cortina. Porque no fundo, não sei nada, é só um drama esperado de algo que não cresceu; uma planta.
À sombra da palmeira. Levo somento galhos e poucos, poucos frutos que não nascem dessa.
Em breve, somente em breve como trailler de cinema e sinopse de livro barato, estarei eu na estante daqueles que não foram, além daquilo que eram.
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