Thursday, April 19, 2007

To the lighthouse

Realmente alguns sonhos devem ser ressonhados. É como um traço da eternidade, daquilo que pode ser a construção...Eu re-sonho, eu, destemido, não canso e alguns dizem que isso pode ser falta de orgulho ou de amor próprio. Ao contrário, o meu amor próprio me permite lutar por aquilo - aquele - que eu tenho certeza que só me faria bem. Não ter amor próprio é aceitar qualquer coisa, e isso não faço, nunca fiz e nunca farei. Será? Pode ser. Deve ser verdade. Não desisti, só recuei!

Enquanto isso, vou deixar aqui um pequeno texto que fiz essa semana:

Começou com um desejo de sinfonia. Era aquela vontade de saber com quantas notas se compõe um poema musical. Poderia estar sentado nas teclas de um piano, naquele vaivém dos acordes. Aquele momento que já havia passado rapidamente pelos olhos, como se viver fosse somente a soma de todas as vezes que piscou os olhos e por breves momentos tivesse perdido a chance de ver o mundo entre o piscar e abrir os olhos. Tardes inteiras, noites longe do fim e o fim como algo palpável. Amar era assim. Algo como se perder entre os dedos e ranger os dentes na doçura dos vestígios. Tudo era um simples desejo. Queria somente ter sentido mais o corpo, o cheiro, o gosto da boca, as carícias e o colo. Tudo era simples. Somente um desejo de querer o que está ao alcance das mãos. E tudo apartado por um vidro grosso que não tinha reflexos, mas somente uma divisão, como a janela e o fora. Tudo aquilo que estava por vir perdeu-se em um caminho estranho de encontrar e desencontrar o objeto do desejo. Porque queria ser mais, ser algo grandioso para outro algo igualmente grandioso, como escrever sem precisar da caneta e das mãos. Ver o sol nascer pelas notas. Isso também poderia ser um desejo, simples como o desejo.

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