Era como um astro, um corpo estelar, cheio de pontos reluzente, ora coloridos, ora translúcidos. Na frente de uma outra cena, de um outro caso, era um ponto entre tantos pontos já visto e re-visitados. Um sopro da antiga brisa. Era outono, ou outra estação qualquer do ano em que o ar parece mais leve. Essa sensação estelar de sentir, sentir tudo sobre todas as coisas, sobre o nada e o vazio, sentir pulsar cada milímetro do corpo como se fôssemos uma estrela cadente.
A ansiedade ficou como uma recordação que vemos no retrovisor – aos poucos, aquela imagem vai se afastando, ficando longe, pequena como uma lembrança vaga e rápida. Mas a paisagem não cessa, não pára e nem por nossa própria vontade. O partir, as malas prontas e aquele gosto pelo novo, pela estrela e pelo céu noturno coberto por tantas sensações díspares e pontiagudas. O novo que aproxima e torna-se ontem, como o hoje em que esperamos no banco, sentados, ver a estrela cair. O por vir daquela gota que escorre na janela, até atingir a borda.
Era como um astro, essa vontade de sempre ter malas e pés na porta. E olhar para o alto, mesmo quando é dia, sempre à procura daquele ponto, o ponto luminoso de uma estrela cadente.
Talvez seja assim, a sensação do novo, sempre o novo.
Monday, June 16, 2008
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2 comments:
nenhum planeta nunca foi achado. nenhum planeta novo, nem estrela, nem ponta, nem mesmo luz, nenhum asteróide foi descoberto para que se pudesse dar nome; aos poucos a velocidade da luz e do som não tinham tempo nem sentido, era certamente alguma poeira cósmica não palpável nem luminosa, nem supernova, nem imensidão.
lindo, sempre lindo.
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