Friday, June 22, 2007

Vicious

Está virando vício, essa coisa de escrever todos os dias de manhã.
Está se tornando necessário acordar de manhã e sentir aquele primeiro friozinho. Tudo é uma primeira vez. Andar no trânsito tornou-se algo indiferente. Ressentimentos diluídos em essência musical. Depeche, Amy, Regina, Strokes, Mary etc.
Fica combinado que estamos só começando. Um passo de cada vez. Marcas de passado vão ficando na poeira da memória, e a memória cada vez mais arquivando eventos desnecessário e prolixos. As vozes também podem ser prolixas. Logo, ela as arquiva.
Mas está virando mania essa coisa de se sentir; eu, passo a régua. Se antes não dormia por culpa quase, quase religiosa, hoje é por pura vontade de prazer e desgaste das mãos.
- É hoje eu descobri que uma moeda é só uma moeda.
- Eu lembro que uma vez eu caí da árvore tentando salvar um gato malhado.
- Todas as vezes que chove fica assim; meio azulado. Deve ser reflexo da janela.
- Eu espero. Eu espero que passe essa vontade.
- Desejo é isso! Pare e respire. Amanhã ele ainda estará ai...
Em verdade é bastante divertida essa coisa de antes e depois. Bem divertido é lembrar que antes era ruim e agora está bom. Exatamente aquela coisa da criança "beija eu", "casa com eu", "qué come". Enfim, as crianças. Tudo é primeira vez. Apaga o resto e deixa o próximo vir. Deixa entrar aquela sensação de que não é o último, mas sim o primeiro. A primeira vontade, o primeiro beijo, a primeira transa, o primeiro orgasmo, a primeira vista. Tudo pode ser em primeiro. Como uma criança. Já chegamos? O tempo não existe. Ele é o agora. Real e paupável. Imperador, meio pragmático, é o tempo do agora. Antes?
Não! Agora!
Para crianças.

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