Saturday, June 30, 2007

Alarm Call

Borboletas.
Asas de cores certas, propostas nos ares, coloridas. Paixão pelo que é sempre, sempre, inesquecível. Da casca às cores. Um dia de sol, uma noite bem dormida, uma serena serenata de silêncios noturnos.
Dormi doze horas. Doze sonhos, multiplicados e vividos intensamente. Doze horas de serenidade que aprendi ou deveria ter aprendido. Relaxar a volta. Deixar cairem os prédios tortos e reconstruir outros mais. Por que precisamos de problemas? Por que deixamos velocidades onde não se precisa? E para que tantas perguntas? Somos enciclopédias. Sim, veramente!
E, voa borboleta. Perto daqui. Na janela de frente a quem escreve. O barulhinho das asas. Dentro e fora do estômago. Precisamos de tanto e no fundo seria tão pouco.
Borboletas. Sem perguntas. Sem excesso de velocidade.

Friday, June 29, 2007

Take a deep breath...

Ares. Ares de vagos ventos. Ventos frios, um pouco apressados. E acabam viram, sempre, naquela esquina entre esquecer, permancer e voar.
Novos ares. Ares de cores implícitas, um pouco cinzas, cobreadas e reluzentes.
Ares de vaidade. Pura e simples. Vaidade luxuosa.
Um espelho na mão.
Ares. Solto na ilusão. A cada arcamos com a escolha. Espadas e lanças. Uma escolha e uma diferença. Por que? Volta tudo à estaca zero. Cai a máscara. Tudo é proporcional.
Novos ares.
Ares.

Thursday, June 28, 2007

Batuque

...no primeiro momento, mitos e aventuras. A Batucada dos dentes. Sim, risos. Espelhos de intenção. Somos assim.
E a mãe disse: "Vá, filho, e crie, da corrente. Qubre a corrente. Crie no novo. Forma de açi fundido, arado e aresto para que não se rompa no futuro tênue e frágil, que é o mundo".
Nasça, nasceu, assim a cor daquela batucada. Sentimentos vivivos e vívidos entre o calor do conhecimento e a combustão de uma novidade.
A mãe disse: "vá e faça. Aquilo que te coloco em caminho reto, aqueles que conduzem minha vontade". Nada se perca. Nada se possua. Tudo em pedra, gema e brilho reluzente da paz oculta e da sinceridade brilhante.Festa de confetes, abre alas e prepara aquela avenida; algo de novo vai passar. É assim que a vida faz. A mãe dizendo "em ti, reze àqueles que estão erguendo os cantos do lábio. Transforma-te sorriso".

O batuque dos dentes. Lágrimas à quiza do feliz. Vamos ao café, confeitarias e padarias. Um happy hour. Quero prestar-te atenção. A mesma que dedico aos mitos gregos, apolos e Zeus. Desça raios e germine carinhos; afagos no telefone e assim, amores serão, sempre, amáveis. A mãe disse: "ergua-te corrente fundida, enlace a benção e doe o valor".Não quero luxo. Nem lixo. Quero gozar no final. Meu sonho é ser, simplesmente, imortal.

Me acompanhem. Batuque dos dentes. Sim, risos.
Para Rafa (meu personal laugher) e Mari (à quem eu pediria a mão, se tivesse um anel à altura)

Conflagração. Do it.

A urgência de um texto; das palavras incertas, pouco tolas, que se expressam, vazam liquidas em tudo aquilo que se pede à margem de uma espera. De fato, tais palavras, urgentes de um texto, fazem parte da etimologia em existir; escrito e inscrito, dentro de um mundo inovador – pequeno príncipe. Descubra-se no dicionário perpétuo de buscar na palavra aquilo que se quer da vida. Sem, a vida!

Mesmo pouca, mas inscrita.
Verso de palavra. Meandros ou qualquer coisa como conflagrada. Tudo que se possa valer de uma verdade incontestável – verdade do texto.
Quantos mais posso escrever, além da forma-física presa ainda a um cheiro, um gosto, um prazer ainda vivido. Marcas, apertos, enrosco de cabelo (paro). Orgasmos e tramitação. Etimologia, pouco, somente um pouco explicativa.
É uma doação. Órgãos a solta. Na busca do tempo/palavra perdida. Concomitante ao espaço, à cama, não esquecida e a vontade de sentir um pedaço, um centímetro da pele e fragmentos do tempo.

Conflagração.

Urgência do texto.
Inscrever-se nas linhas certas, esparsas e brancas da falha.
Inscrever-se em pedra moldada, dentro de ti, quente, como eterno. Frágil, e você, em mim, combustão, sonolento e acesso.

Curta memória. Vivo.

Criança ainda, brincando de texto.

Tuesday, June 26, 2007

Wait in the Storm. The rain will stop...

Questão de vida. Ou morte.
Querer aquilo que se pode ter. Vontades de um sentimento maior. Letras e canção. Tudo romantico e etéreo. Sentimentos. Difícil, bem difícil. Questão de vida. Ou morte.
Namorar, talvez seja um dos atos mais complicados da vida. Complicado por ser subjetivo. Sim, subjetivo. Namorar envolve sentimento que são, por natureza, subjetivos e indefiníveis. Podemos sentir, mas não definir. Estranho. Sim, mas real. E a ânsia de se querer alguém? O que é esse limite de sentir que não bastamos por si só? Não deveria ser exatamente ao contrário, quer dizer, deveríamos nos bastar nas noites de sábado, no cinema sozinho aos domingos, no banho, no dia dos namorados e no ano novo com a família? A realidade nunca será perfeita.
Em verdade, a questão nem se trata de aceitar ou recusar. É importante. Pensar a respeito.
Querer alguém? Muito genérico. Pode até ser uma vontade. Quanto a isso nem é necessário levantar discussão. O problema, ao que me parece, é ser o tal do genérico. Querer um namorado significa, a priori, se dispor a aceitar, mas essa aceitação é fruto de um certo "desespero"; a vontade é só carência. Agora, me parece estranho querer alguém somente pela carência, já que esse sentimento deveria ser preenchido não por um namorado, mas pelas coisas da vida que estão faltando. Estranho. Deveras estranho.
O namorado(a) deverá ser produto de vontade, ao meu ver, quando encontramos esse certo "alguém". "Quero namorar ele". "Quero casar com ela". Essa vontade me parece sempre mais genuína e saudável. Existem muitos limites. Todos tênues e frágeis. Não quero o genérico.
O namorado genérico virá, com certeza, mas não será o que se espera e não conseguirá preencher a lacuna. Talvez por um tempo consiga, mas como tudo que é frágil, logo ele poderá quebrar-se.
Devemos saber valores de si mesmos. Devemos esperar? Esperar não. Devemos saber, em primeiro lugar, se sabemos viver sozinhos e quando digo sozinho não me refiro a solidão melancólica, mas ao simples, e piegas, fato de sabermos passar um sábado a noite em casa.
Eu, e não é segredo, estou disposto a ter um relacionamento, mas não é genérico. Ao contrário, eu sei bem quem eu quero. E tudo se encarrega. Procura? Não, eu achei, se não funcionou paciência. O importante para mim é saber que antes de querer um "namorado" eu quero deitar, ler um livro e ficar deitado em uma tarde de sol em casa, sozinho ou acompanhado.
Enfim. Sem moralismo. Só reflexão.

Para Maria, Fabi, Mario e Tato (o menino do robozinho).

Monday, June 25, 2007

Seu pai disse. Sua mãe ordenou.

Como diz a letra "não quero luxo, nem lixo. Meu sonho é ser imortal".
Um dia, naquela semana ainda criança, seus pais disseram brevemente:
- Filho, cuidado!
- Sim, cuidado!
- É uma pena que eu não estarei mais aqui para deixar você brincar no quintal...
- Eu quero ver você se dar bem na vida.
- A mãe sabe que é difícil e ninguém disse que seria fácil. Amar é simples, bem simples.
- E não complique nada. Eu sei que você não vai complicar.
- Amar é fácil.
Disse a mãe.
Encontros, reencontros escondidos em cartas, espelhos quebrados e aquela antiga sensação de que não deu certo. Certo? Subjetividade. Oriundo de vontades, quem somos para querer o certo. Imaginar o certo pensando no errado. Quantos filósofos´já disseram que a dialética entre o certo e o errado é errônea? Sim, mas não acreditamos.
Acreditar é o começo de qualquer coisa. Querer, disposição, aventura e quantos mais etc que existem. Acreditar. Parece-me algo sempre muito delicado. O perigo nos percorre entre as palavras, entre o querer, poder e não-querer. Seremos uma eterna história do vaivém: coração, mente, coração. Chegadas e partidas, estamos em busca.
A mãe disse que amar é simples. Nunca ouvimos nossos pais. Eles são e serão sempre aquela voz da consciência que não ouvimos.
Para o bom e para o mau. Paciência? Temos, claro. Hoje no frio eu queria só aquela coisa. Menino de vila. E a mãe disse, o pai alertou, os amigos, preocupados disseram e aconselharam. Enfim, quem disse realmente que seria tudo tão fácil e simples?
Surpresas que não se acabam.
Hoje é só segunda-feira.

Saturday, June 23, 2007

Título

Para o bom e para o mau. Todas as antíteses do viver-à-espera. Risos. Deve-se risos àquilo que se procura. E por que o riso é antigo, cínico, mas pode ser também algo a mais.
Quem procura. Uma música ou algo mais. Seria isso uma pergunta. Viver não basta. Tudo às ordens com o enigma da interrogação. É, a exclamação (?) poderia ser mais um marca texto. Coloca-se em riso uma exclamação.
Para o bom e para o mau. Vontade de reler "Amar Verbo Intransitivo", meu livro favorito do Mario de Andrade. Vontade de subir a serra e ver a família. Vontades para o bom e para o mau. Razões daquilo que se espera. Quem vive, espera. Uma lógica. Dois ou três beijos no mês e assim vai. Para o bom e para o mau.
Vontade de assistir filmes antigos. Vontade de ouvir música deitado, no silêncio, no escuro e na calma. Tudo às ordens de quem esperou pelo caos. Sons e letras.
Para o bom e para o mau final de semana.
Bom final de semana!

Friday, June 22, 2007

Vicious

Está virando vício, essa coisa de escrever todos os dias de manhã.
Está se tornando necessário acordar de manhã e sentir aquele primeiro friozinho. Tudo é uma primeira vez. Andar no trânsito tornou-se algo indiferente. Ressentimentos diluídos em essência musical. Depeche, Amy, Regina, Strokes, Mary etc.
Fica combinado que estamos só começando. Um passo de cada vez. Marcas de passado vão ficando na poeira da memória, e a memória cada vez mais arquivando eventos desnecessário e prolixos. As vozes também podem ser prolixas. Logo, ela as arquiva.
Mas está virando mania essa coisa de se sentir; eu, passo a régua. Se antes não dormia por culpa quase, quase religiosa, hoje é por pura vontade de prazer e desgaste das mãos.
- É hoje eu descobri que uma moeda é só uma moeda.
- Eu lembro que uma vez eu caí da árvore tentando salvar um gato malhado.
- Todas as vezes que chove fica assim; meio azulado. Deve ser reflexo da janela.
- Eu espero. Eu espero que passe essa vontade.
- Desejo é isso! Pare e respire. Amanhã ele ainda estará ai...
Em verdade é bastante divertida essa coisa de antes e depois. Bem divertido é lembrar que antes era ruim e agora está bom. Exatamente aquela coisa da criança "beija eu", "casa com eu", "qué come". Enfim, as crianças. Tudo é primeira vez. Apaga o resto e deixa o próximo vir. Deixa entrar aquela sensação de que não é o último, mas sim o primeiro. A primeira vontade, o primeiro beijo, a primeira transa, o primeiro orgasmo, a primeira vista. Tudo pode ser em primeiro. Como uma criança. Já chegamos? O tempo não existe. Ele é o agora. Real e paupável. Imperador, meio pragmático, é o tempo do agora. Antes?
Não! Agora!
Para crianças.

Thursday, June 21, 2007

Hugs

Fica combinado que abrir os olhos para a flor é essencialmente um trato nosso.
Não esqueci, essa manhã, de perceber que uma derrota, a menor delas, pode ser fortuita. Na lousa, as lições estão postas. Eu queria ter aprendido mais cedo. Se tivesse encontrado as formas, eu teria, sim, aprendido como aprendem aqueles que ensinam. Mas eu descobri, por fim, a misteriosa forma de se aprender aquilo que não se sabe.
- É verdade. Eu fui lá, mas eu não achei.
- Você sabe! Quantas e quantas maneiras de se pentear o cabelo eu te ensinei...
- Não obstante, eu encarei aquela estátua, imóvel e fria.
- Tenho certeza que não. Eu digo sempre que sim.
- Eu vi aquela estátua como anéis de um planeta distante. Disse algumas palavras e ela guardou em pedra!
- É, isso é assim mesmo, mas passa viu? Eu sei que passa.
E sim, erguer voo é sempre dificil. Um ou dois parabéns e a gente vai dançando rumo ao asfalto quente. E hoje começa o inverno.
Hoje começa o inverno. Uma nova temporada. Um tempo em que Eu não sou mais aquilo, mas o outrem; outrar-se. É, pode ser o frio que esquentará tudo aquilo. Geleiras derretendo. Vamos lá!
Hoje começa o inverno.
Não, sem folhas caindo ou calor de muitos graus. Hoje começa o inverno. Um novo tempo que se renova nas cabeças encolhidas dentro da blusa. Luvas de lã e calçados quentes. Cabeças cobertas, sem cabelo. Hoje começa o inverno. Tempo de aquecer os pés, uns nos outros.
Hoje começa o inverno. Sair de casa só para o necessário e aquela xícara na mão fumegando e formando gotículas de suor na ponta do nariz. Hoje começa o inverno dos chocolates e dos filmes da seção de drama.
Vamos lá! O inverno com aquela luz seca, sem borboletas, sem folhas verdíssimas e sem aquele sol estranho. Hoje começa o inverno das flores. Uma temporada.

Para Fabi

Tuesday, June 19, 2007

Enjoy

Acordei cedo hoje. Domir cedo e acordei cedo.
Manhã ambiguamente fria. Estou a mercê dessas manhãs. Entre o frio e o calor. Me altero no humor do dia.
Queria estar naquelas manhãs frias em que eu contraio o pescoço para dentro da blusa, fecho um pouco os olhos, ando encolhido e com a cabeça levemente inclinada para baixo. Andar assim pelas ruas. Devagar, me segurando, como se o frio pudesse me levar embora com aqueles ventos fortes e gélidos.
Questões? Nenhum. Quase final de expediente e eu já me felicitando em ir para casa, ver televisão e dormir.
E o cotidiano me faz bem. Tem gente que diz que não sou assim.

Monday, June 18, 2007

To strong, for to long...

Gosto das manhãs. O primeiro contato com a brisa, ainda fria, estimulante. As nuvens pouco a pouco se afastam. Naqueles fiapos, os raios de sol perfuram o céu, um pouco escuro, e adentram pelas árvores, janelas e provocam aquela sensação de abertura. Nas manhãs, todos andando com o rosto ainda adormecido, os pensamentos presos as noites bem ou mal dormidas.
Gosto do cheiro das manhãs que despertam vapores, cafés, fumaças. Manhã de sol, pouco fria, e aquela sensação de caminhar. O rumo dessas manhãs que me caminham para um lugar não muito distante. Àquele lugar que não tem ainda um teto, mas uma cama e um lençol marcado. Acordei em meio essa manhã, ao calor pouco intenso, e com a imensa vontade...

(Ah, não sei...e se eu te perguntasse? era assim mesmo...mas você disse que eu queria apenas ter dormido! sabe lá o que acontece enquanto a janela ainda está aberta...eu apertei aquele botão, sabe onde foi? sim, aquele gozo...é porque eu estou quente ainda de você!)

Essas manhãs. Hoje, gosto das manhãs. Gosto mais do que antes e nunca gostei. A cor mudou. Só daqui pra frente passarei a ver melhor as manhãs. E ainda com você, como se fosse ainda tempo parado. Fatos da memória: as marcas do dentes cravadas nas costas e nos braços; aquele calor e a vontade disparada de sentir o gosto/gozo.


Soundtrack: Depeche Mode - Enjoy the Silence

Words like violence
Break the silence
Come crashing in
Into my little world
Painful to me
Pierce right through me
Cant you understand
Oh my little girl
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
Vows are spoken
To be broken
Feelings are intense
Words are trivial
Pleasures remain
So does the pain
Words are meaningless
And forgettable
All I ever wanted
All I ever needed
Is here in my arms
Words are very unnecessary
They can only do harm
Enjoy the silence



Wednesday, June 13, 2007

Dedos e cordas. Uma só melodia.

Estamos à espera. De quem e quando virá?
Talvez dois ou três vontades de escrever sentimentalidades que poderiam ser ditas dentro daquele pequeno canal do ouvido que, certamente, levaria doçuras românticas até onde se deve ir. Quanta coisa pode acontecer dentro de um pensamento. Agora mesmo, nesse teclado e nessas palavras que vão se formando rapidamente, algo já mudou; algo se desfez e virou outra coisa.
Quanta coisa. Estamos à espera. Sempre à espera da campainha do toque do telefone e das vontades-realizadas-e-desejos à espreita da vontade.

Enfim, vai se indo na semana quente com friozinhos esporádicos e passageiros nas manhãs um pouco, somente um pouco, opacas. Mas ainda, com as borboletas ziguezagueando. Vaivém daquilo lá dentro.

Playing: Marisa Monte - Universo ao meu redor.

Para mais ninguém - Paulinho da viola.

Entre nós deve haver sinceridade
Eu não sei o que é que você tem
Que não me beija nem me procura
Eu tenho medo de perder alguém
De quem espero que aquela jura
Não tenha ido para mais ninguém

O silêncio é uma tortura
Alguma coisa se perdeu
Você já não me olha como antes com ternura
Só falta me dizer adeus

Monday, June 11, 2007

Bang. Bang. Clap, Clap and Clap

Soprar as velas do bolo. Comemore-se tudo àquilo que deu certo e o erros cometidos. A seta lançada ao alvo. Direto e sem rodeios. As pessoas cometem erros. Ouvi essa frase do meu seriado favorito. As pessoas cometem erros. Mas as pessoas acertam também. É um grande gráfico, no final. Altos e baixos. Alegre e triste. Ainda somos no fundo o homem barroco, antitético. Somos a antítese do que queremos. Cumprir promessa ao travesseiro. Nada a cumprir. Manter uma palavra de honra e ser fiel às decisões.
Sim, acertamos as vezes mesmo sendo o acerto no erro. Certo? Pode ser.
E estou só falando dos acertos reais, da vida racional que temos, em alguns casos. E quanto ao que existe de sentimento. Existe algo de certo e errado? Podemos ser uma antítese e quebrar uma promessa? Aquele desejo. Sim, o desejo é a reação que pode mover muitas, muitas decisões. O desejo, o prazer, o tesão. Não sabemos lidar com isso. Promiscuo, sem vergonha, vadio (a). Enfim, o desejo é aquilo que ser aos homens de matéria prima para erros, livros, poesias, músicas, pinturas. Freud poderia estar certo. Somos movidos pelo desejo. Ao adentra-lo tudo se passa rapidamente. O racional desvanece e dá lugar a uma esfera particularmente deliciosa: o momento em que a adrelina atinge a corrente sanguinea; o prazer, quero dizer.
É. Sempre perigoso. Escorregadio. Sim. Tudo isso.
Mas como diria a Barbra Straisand naquele filme gracioso, O Espelho tem duas Faces, "it´s fucking good".

Saturday, June 09, 2007

Hopes, fear and a big, big jouney

Essa semana eu estive ouvindo Anthony and the Johnsons. Indicação da Fabi e essencial no meu Ipod.
Penso que vários momentos, eu estive à procura de uma trilha sonora, ou várias. Que sentido teria a vida, sem uma trilha original, pulsante e marcante? A música, ao que me parece, vem como o cheiro e tem o mesmo efeito. Os momentos podem ser rememorados pela música. É a nossa trilha. Quantas canções nos perpassaram sem sabermos, mas que ao ouvi-la algo se reconstrói por alguns segundos, como uma montagem; peça a peça, aquele momento se edifica a volta e tudo parece ter voltada ao passado. As badaladas do BigBen em Mrs Dolloway. Eu sinto falta ainda desses momentos quando ouço alguns acordes inesquecíveis. Não posso mais, por exemplo, ouvir Caras e Bocas, um disco impressionante de 1979 da Gal. Ele inteiro é estupendo. Mas não posso ouvi-lo; tem histórias demais dentro dele. E sem falar, é claro, de algumas canções muito particulares que somadas aos seis anos me fazem um tanto melancólico.
Se tenho ao menos uma certa idade para já ter ouvido um certo, e considerável, número de músicas, quantas mais ainda ouvirei? Em verdade, alguns artistas me fazem repelir o presente. Eles me fecham em um mundo tão particular que posso, por vezes, esquecer onde estou. É o caso de Anthony and the Johnsons. Com arranjos frágeis - no sentido de serem ternos - com a voz de Anthony aguda, forte, bruta e suave, esse é um artista que me fez criar um mundo particular. Essa semana, nas manhãs ora frias de outono, ora quentes de outono-verão, fiz meus percusos com essa voz ao meu redor.
Não posso deixar de imaginar que estamos sempre em busca de um momento. Queremos ser um personagem de um filme. Seja qualquer genero, tipo etc. Personagens. Queremos estar naquela Paris de Jules et Jim; queremos a Roma de A Doce Vida e queremos ter os olhos semi-cerrados com inpafia marcante de Bette Davis. E, claro, nas comédias românticas sempre queremos ter o final feliz da mocinha e do mocinho. Somos, ao final de tudo, um filme, bom ou ruim, com direito a trilha sonora, sonoplastia, erros de roteiro, má direção e muitos figurantes, coadjuvantes, protagonistas etc etc etc.
Agora sobem os créditos. Ao final, como trilha Anthony and the Johnsons.

Monday, June 04, 2007

Where?

Para começar a semana:

- os fatos devem ser encarados?
- negar.
- existir as datas.
- comparar.
- descansar.

Então, no final da semana tenho que encarar alguns fatos. Privar? De que? De quem? Para que? Assim é o movimento. Sete anos se passaram e lá vão mais alguns bons anos.
Chega de tentar dissimular. O que é, é e assim são as coisas da vida.

Saturday, June 02, 2007

So many things

Que necessidade de escrever.
Nos ultimos tempos, tenho escrito bastante. Escritos esparsos. Escritos escondidos, porém revelados, como segredos mesmos. Velhas histórias, antigos caminhos e tudo aquilo que pode haver de novo em se reinventar. É uma necessidade.
E, aos poucos, vou voltando com antigos hábitos. Sentir-me aquile novamente. Ficar fora do gesso. Leva tempo? Sim, leva muito tempo. Agora, refazer-me verdadeiramente.
Necessidade.
Vou deixar um conto meu aqui:
Começou com um desejo de sinfonia. Era aquela vontade de saber com quantas notas se compõe um poema musical. Poderia estar sentado nas teclas de um piano, naquele vaivém dos acordes. Aquele momento que já havia passado rapidamente pelos olhos, como se viver fosse somente a soma de todas as vezes que piscou os olhos e por breves momentos tivesse perdido a chance de ver o mundo entre o piscar e abrir os olhos. Tardes inteiras, noites longe do fim e o fim como algo palpável. Amar era assim. Algo como se perder entre os dedos e ranger os dentes na doçura dos vestígios. Tudo era um simples desejo. Queria somente ter sentido mais o corpo, o cheiro, o gosto da boca, as carícias e o colo. Tudo era simples. Somente um desejo de querer o que está ao alcance das mãos. E tudo apartado por um vidro grosso que não tinha reflexos, mas somente uma divisão, como a janela e o fora. Tudo aquilo que estava por vir perdeu-se em um caminho estranho de encontrar e desencontrar o objeto do desejo. Porque queria ser mais, ser algo grandioso para outro algo igualmente grandioso, como escrever sem precisar da caneta e das mãos. Ver o sol nascer pelas notas. Isso também poderia ser um desejo, simples como o desejo.