Thursday, October 23, 2008

Love is a losing game

Eu vou escrever de um modo simples.

Eu vou detalhar os fatos de uma impossível causa de conquista.

Poucos instantes.

Aqueles intermináveis segundos antes de colocar o telefone no gancho. Ali, parado diante de tudo o que se passou. Ali, como se estivéssemos diante um do outro. Era aquele sabor do sonho, o sabor da vida, do amor conhecido como amor, do sexo, do desejo, dos cabelos e de cada fio do braço. Eu ali, diante do telefone, esperando, depois de dois anos e dois meses, que algo pudesse ter mudado. E quem diria que depois desse tempo todo um orgulho apareceria. Rei, comandando cada passo da minha forma passional de entender e viver. Ali, antes mesmo que eu colocasse o telefone no gancho. A presa, fácil. Mas eu ainda poderia escrever mil cores, descrever a delícia que fomos um dia. E do futuro eu certamente utilizaria meu talento para dar pinceladas em tons fortes, mas ali, só o branco, misturando todas as cores. O branco da cegueira, o branco de mil coisas, o branco da minha roupa por debaixo da pele. Depois de contruir muros e muros, derrubar, ajustar, erguer, cair, reerguer. Agora, depois desse tempo injusto, depois do morto na cova, nada, nada mesmo pode me fazer esquecer quem eu me tornei. Ninguém, nem mesmo eu, poderá um dia dizer que não foi à duras penas que deixei de carregar no canto dos olhos, uma pequenina lágrima.


E ontem, pela primeira vez em muito tempo, deitei e chorei.

3 comments:

Anonymous said...

ta foda de ler esse negocio,
o texto mais curto que você ja escreveu e o que eu demorei mais tempo pra ler...

PHODA! (assim, bem popular)

F. said...

tá tudo retorcendo aqui dentro depois de ler isso.

Anonymous said...

Viva as lágrimas e a insanidade!!!!