Wednesday, December 10, 2008

O Coelho da Cartola.

Ninguém poderia advinhar. Nem sempre, o que se vê na luz é reflexo ou sombra de si mesmo. Se por instantes tudo parecer estranhamente sem forma, cor ou rima, é porque do Vazio nada se pode enxergar. Aquelas pequenas monstruosidades, ou com o mesmo virtuosismo de sempre, ninguém pode negar a dor de um tapa na cara. As vertigens adolescentes, os galopes pesados e o corpo frágil pedindo arrego. Os braços cansados de tamanha batalha, bolhas no pé e o pulmão já sem saber o que fazer. Desse estado, dessa litúrgia, nada sobrou. Apenas a vontade de um dia melhor, ou que se possa acordar com o cérebro descansado.
Dias corridos, noites de sono pesado. O corpo doente. O corpo pedindo atenção à saúde. Ninguém poderia advinhar que tamanha monstruosidade teria efeitos colaterais tão profundos. Da enganação, do desespero, do sexo e de tudo mal construído nas bases das falsas intenções.

1 comment:

Luiz Zonzini said...

Puramente retiscente.