Tuesday, April 14, 2009

Ao vazio.

Negar aos símbolos de uma suposta religião que me aproxime aos grandes mestres da criação. A cruz, o vinho e a matéria. Rogoar sempre, como oração aos céus, oração de pássaro sem asas. O que anseia o vazio? Quando tudo se esgota de forma brutal, quando não há mais sangue ou cores latentes para se dizer palavras de amor ou de fé. A coragem em se estabelecer pequenas formas de olhar para cima e não deixar que as nuvens se derratam em pequenas gotas. Essa coragem em não se adequar, abdicar e mesmo resignar todas as instâncias da moral e do reconhecimento póstumo.
Aqui, os vazios, lentos e prazerosos vão assumindo seus postos como se estivessem marchando rumo à guerra dos desesperados. Loucos, maníacos, egocêntricos, seguidores do demônio e mesmo os seguidores de cristo. Assassinos, românticos, apaixonados, adúlteros, mentirosos, fiéis, leais, falsos, fantasmas, familiares, mortes. Os vazios substituídos pelo pior e pelo melhor: a eterna antítesa. As artes barrocas, retorcidas e aglomeradas vão se fundindo a uma espécie de arte contemporânea. O desespero em se criar o quadro perfeito.
Todas as políticas públicas reunidas em uma só cabeça. A fome da África e os órfãos da guerra do oriente médio. Tiros e desparos. Negar os símbolos de uma suposta vontade religiosa, pode ser a melhor das armas.

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