Seria a morte, uma das mais prazerosas formas de se cessar o fogo? Aos montes, tudo parece acumular. Vontades diversas, fomes, anseio pelo distante, a escrita mal resolvida. E tudo se vai em palavras, como se esvaziássemos um mundo inteiro em impressões. Meu coração disparando, rasgando o meu corpo, a pele num estado químico diferente. E quando vi, já estava eu escrevendo tudo aquilo, deixando à margem pequenas delicadezas que eu faria na certeza de que pudessem fazê-lo para mim. Tudo, porque sou presa da fraqueza de anos, daquilo que me foi arrancado e jamais voltou. Procuro essas luzes de certezas, de idéias dentro da escuridão. É difícil não saber por onde trafegar tudo aquilo que circula pelas veias. Nas mãos é fácil perder-se. Eu perco o ritmo na sua boca tão selada pelo passar dos anos. Procuro em vão a marca de sol que a aliança deixou no meu dedo. Tento queimar tudo aquilo que é papel. Seria ainda morte do amor menos dolorosa que a morte do amado?
Eu anseio por esse futuro. Distante. Pedras e água salgada. Quando nada mais faz sentido eu retorno para os seus cabelos, circulando meus dedos, fazendo carinhos perversos em sua orelha. Ensino pequenos grunhidos antes de adormecer. Sem notar, já é tarde, bem tarde, quando abro os olhos e ainda posso te ver reluzindo. Na chatice do dia-a-dia, a mesmice daquilo que não passou. Estátua de mármore dizendo doçuras. E tudo perde o sentido. Volta e recomeça do zero. Sem esquemas, geometria ou subjetivismo. Eu perco as palavras e só consigo dizer que te amo. Um medo terrível misturado às sensações do prazer. Aquilo que fica não dito torna-se meta. A vida passa, continua à espreita. Você ainda no reflexo do espelho dizendo adeus com lágrimas nos olhos e eu preso a teus pés. Perdi. Ganhei. Pontos e mais pontos e com eles sobrou apenas o retalho de uma eterna insatisfação. Aquele desespero dando lugar a mania de tentar esquecer. A calmaria do entendimento: aquilo que foi, não volta jamais. E essa pretensão de que tudo vire testemunho bíblico é só a força do hábito que não me permite correr ao florista, pedir meia dúzia de rosas brancas e levar até a sua porta. Seria mesmo a morte consoladora? Sem o romantismo torpe ou mesmo a coisa de Castro Alves. A morte como detentora do renovável, do começo e do fim.
Assim, se passaram cada um dos anos. Uma viagem homerica, na jangada carregada de lembranças, rumo ao desfiladeiro - à beira dos seus olhos. Disso, nasceu longos fios de ciúme, enrolados a um tempo de sabedoria, despeito e carÊncia. Que mais há para se fazer? Do luto à ressurreição. Você ali e eu aqui. Cavando buracos, desenterrando maravilhas de um doce passado. Jamais diremos o contrário. E tudo isso para provar a minha teimosia, a minha falta de desapego por aquilo que se foi. Você, que um dia parou na minha porta e que hoje tornou-se príncipe-romântico dos contos de fada.
Eu anseio por esse futuro. Distante. Pedras e água salgada. Quando nada mais faz sentido eu retorno para os seus cabelos, circulando meus dedos, fazendo carinhos perversos em sua orelha. Ensino pequenos grunhidos antes de adormecer. Sem notar, já é tarde, bem tarde, quando abro os olhos e ainda posso te ver reluzindo. Na chatice do dia-a-dia, a mesmice daquilo que não passou. Estátua de mármore dizendo doçuras. E tudo perde o sentido. Volta e recomeça do zero. Sem esquemas, geometria ou subjetivismo. Eu perco as palavras e só consigo dizer que te amo. Um medo terrível misturado às sensações do prazer. Aquilo que fica não dito torna-se meta. A vida passa, continua à espreita. Você ainda no reflexo do espelho dizendo adeus com lágrimas nos olhos e eu preso a teus pés. Perdi. Ganhei. Pontos e mais pontos e com eles sobrou apenas o retalho de uma eterna insatisfação. Aquele desespero dando lugar a mania de tentar esquecer. A calmaria do entendimento: aquilo que foi, não volta jamais. E essa pretensão de que tudo vire testemunho bíblico é só a força do hábito que não me permite correr ao florista, pedir meia dúzia de rosas brancas e levar até a sua porta. Seria mesmo a morte consoladora? Sem o romantismo torpe ou mesmo a coisa de Castro Alves. A morte como detentora do renovável, do começo e do fim.
Assim, se passaram cada um dos anos. Uma viagem homerica, na jangada carregada de lembranças, rumo ao desfiladeiro - à beira dos seus olhos. Disso, nasceu longos fios de ciúme, enrolados a um tempo de sabedoria, despeito e carÊncia. Que mais há para se fazer? Do luto à ressurreição. Você ali e eu aqui. Cavando buracos, desenterrando maravilhas de um doce passado. Jamais diremos o contrário. E tudo isso para provar a minha teimosia, a minha falta de desapego por aquilo que se foi. Você, que um dia parou na minha porta e que hoje tornou-se príncipe-romântico dos contos de fada.
O que dói não é a morte de quem se ama, mas a morte do amor que se teve um dia.
1 comment:
Não amar, também dói!
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