Tuesday, November 18, 2008

Olha pra cima.

Tudo aquilo que flutua. Sobre a cidade já repleta de luzes coloridas, enfeites cintilantes e árvores com as pontas brancas, imitando a neve que nunca caiu. O Céu coberto de nuvens cinzas e os dias caminhando entre gotas de chuva e ventos aleatórios. O cenário de um dias e dias flutuando paisagens, idéias e uma certa leveza preocupante. Nada mudou desde o verão passado. Até mesmos os enfeites de natal são os mesmos. Ninguém espera mais beijos antecipados ou romances novelísticos. Por vezes, mil vezes, esperei um acontecimento gigante, com novos intrutores de renas animadas e gorros vermelhos. E tudo aquilo que era sólido, hoje flutua no imenso paraíso das causas perdidas.Ali, naquele pequeno espaço, príncipes, rainhas, desertos e vastos oceanos confundem-se com a idéia de que o inconsciente foi desenhado para nunca parecer mais do que ele é.
Infinitos. Distantes. Incapazes. Tudo tão efêmero. Os laços cada vez mais tênues e soltos. O nó desamarrado. O tênis gasto. São apenas cenas da vida. Do cotidiano maravilhado com a possibilidade dos sonhos em carregar para longe, todas as vidas de um único dia. Se construir em torno do que somos. Nada mais atormentado do que essa idéia. São como pesados elefantes prestes a invadir a sala e derrubar o único copo de cristal que sobrou em cima do móvel gasto.
Tudo aquilo que flutua, feito a neve que não existe aqui. A neve que não vai cair. Mas esperamos, olhando para cima. Já é quase natal.

Num adianta olhar pra cima.

2 comments:

Anonymous said...

seus escritos merecem trilha sonora e para esse texto, ao invés de jingle Bells, calling you, com todo cheiro de um café feito em bagda...

Luiz Zonzini said...

e eu que nem tinha visto
esse layout de céu.