Thursday, February 18, 2010

É como se...

tudo fosse uma brincadeira.
É como se toda hora tivesse menos de sessenta minutos. Como se os números somados, não dessem o mesmo resultado exato. É como se cada página do livro estivesse vazia. O plural sem "s". É como se cada batida do coração fosse vazia, sem som, sem trabalho. É como se o corpo desistisse da luta, a luta desistisse da espada e a espada da vitória. Toda inspiração em um único sonho matutino. É como se o sentido da irônia fosse a verdade e a verdade fosse mentira. Como se o dia, não tivesse luz e a noite ensolarada. É como se as letras formassem números. É como se a chuva fosse seca como o solo, e o solo um oceano de água salgada. É como se rezar fosse abrir os olhos. Como se deus fosse uma pessoa e o mistério estivesse revelado. É como se o tiro não disparasse e a bala fosse feita de açucar e o cristal duro como uma rocha. É como se o sentido das coisas não existisse e no lugar somente o que as coisa são. É como se cada música não tivesse som e som fosse apenas o silêncio. Como se o caráter não fosse essência e apenas um ato de coragem e a coragem pudesse ser ensinada. É como se o amor se tornasse racional e a razão virasse paixão. É como se amar fosse tudo isso, ao avesso, contrário a vontade. É como se o desejo não tivesse tesão e o tesão existisse somente no sonho. Todos os sonhos. É como se o ato de amar deixasse de existir e o carinho virasse ódio e o ódio fosse apenas um instinto de defesa. É como se Édipo voltasse a enxergar e Medéia fosse absolvida. É como se tudo fosse brincadeira. Sem sentido, sem receio, sem verdade. É como se todas as máscaras disessem a verdade. É como se amar, amar, amar e amar fosse uma escolha. É como se...

1 comment:

CAROL NUNES said...

tudo é uma escolha...escolhemos como vamos viver a vida e tudo o que a compõe...e a melhor escolha é sempre amar, amar e amar...mesmo quando parece loucura e fora de sentido.