Aquela doçura, como criança ou como doce, vem e volta. Em céus azuis, laranjas, verdes e cinzas. No anúncio de uma palavra e mesmo no sibilar das entrelinhas. Dessa intimidade, vem a nascente borbulhar pequenas gotas de um novo sabor. Dizem, mesmo que enganados, que tenho o dom da palavra. Com ela, já cortei laços, já fiz dos meus corações pequenos mundos. Já arruinei minha filosofia, abandonei vícios de longa vida. Mas ainda, sinto tudo num pequeno mal estar. Em viver, o clichê, de se entender cotidianos pequeninos quando há tanto lá fora pra se ver. Quando criança tinha sonhos. Sonhava em ter uma cama voadora. Passava horas imaginando como seria ir para os lugares mais inóspitos com essa cama-mágica. Ir aos confins do mundo. Deitar com jacarés ou mesmo meditar ao lado de leões e ursos polares. Tudo porque ali eu estaria seguro, seguro do mundo, de mim, dos outros, da mesmice ou de tentar entender como é que as coisas funcionam. Essa doçura de inventar bobagens, é isso que falta cada vez que dou um passo. Nas confusões, nas noitadas de sábado, no calor das segundas ou na frustração de sextas-feiras. Tudo querendo fugir, escapar para longe. Na cama-mágica, no quarto ou na casa repartida. Se tudo isso fosse um baralho, eu certamente tiraria o coringa.
Risos à parte.
Risos à parte.
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