É preciso um sentido. É precido dar um sentido.
O contrário de tudo e o movimento das nossas manias. Mania de ser, mania de fazer, mania de prestar atenção as coisas que não existem. Do mesmo despertar, também é preciso que haja um sentido. Não basta mais abrir os olhos e ver que outro dia recomeçou. Mais além, nada disso faz sentido. O esgotamento das possibilidades, a fome por algo maior. Talvez seja disso mesmo que as coisas sejam feitas: uma espécie de sentido, de reviravolta, a novidade propriamente dita. E é preciso um sentido. Cortar as manias viciantes, daquelas conversas pelo telefone, das vozes ocultas em diálogos pouco objetivos. Um esconderijo perverso. Todos os jogos para satisfazer o prazer de viver consigo mesmo. Para isso, é preciso que haja um sentido.
Mas, ainda que não haja, as representações devem ser fora o mundo externo. Muita filosofia e pouca atitude. A realidade por si só não basta, é fato. É preciso que haja sempre um pouco de sonho, um pouco de imaginação para que o desespero fique sempre no canto do dia. É preciso que haja sentido nisso tudo. O mundo enquanto vontade de representação e desse mundo o que esperamos do dia-a-dia.
Aqui, o mundo sem razão alguma de existir. Tudo numa distância extrema. Por isso, dar o sentido, por isso pedir uma existência suprema. O vazio de não mais sentir nada, não experimentar a vida como ela deve ser experimentada. Pouca ilusão e muita dose de realidade.
Aqui, é preciso dar um sentido. Sabe-se lá como.
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