Eu poderia jurar. Jurar que no próximo ano, mudarei, esquecerei ou farei tudo aquilo que nesse ano não consegui. E todo final de ano, as coisas se repetem. Antigos desejos, anseios ou mesmo amores. Tudo se repete compravando que, sim, a história é cíclica.
O tempo passou, e algumas coisas mudaram. Naturalmente, nada foi uma escolha. Por simples que pareça, as coisas mudaram. Dentro e fora, deixei de lado muito do peso. Deixei que uma certa leveza tomasse conta de tudo. Mas eu ainda poderia jurar que eu jamais me divertirei como me diverti esse ano. Posso jurar que eu não vou mais fumar, beber, beijar estranhos. Poderia jurar que vou esquecer isso tudo, fazer as malas e partir para longe dos problemas. É só uma questão de simplificar. Tudo aquilo que eu amo, tudo o que desejo. A realização, essa realização que todos esperam da vida, nada mais é do que trazer para o amanhecer os sonhos da noite. Esse sonho, há tempos guardados. Posso prometer, jurar que esse ano eu vou realizar todos esses sonhos. Jurar que eu não vou deixar de amar, nem esse ano, nem nos próximos cem anos ou mais.
Mas o que é esse término de ano, senão um término de ano? Algo que passou. A soma de tudo o que foi. Mas será isso uma soma? Talvez, por mais que eu não goste, a Clarice esteja certa ao dizer que viver ultrapassa todo o entendimento. Existe a possibilidade. Mais do que matemática, a importância disso tudo é que seja no próximo ano ou amanhã, ou daqui cinco minutos, eu não deixarei que tudo o que eu sonho se desfaça com o abrir de olhos. São três os desejos. São três.
Eu poderia jurar que jamais vou me esquecer desse texto. Mas isso seria irreal. Por enquanto, só posso jurar que não vou me esquecer disso:
Friday, December 18, 2009
Feliz ano velho
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