Tudo ressoa. Uma constante de palavras, idéias, pensamentos, ditos. Dessa vez, nenhum não-dito. Do voo livre, a queda, tudo quase como uma vertigem. Eu me equilibrando com uma perna entre muralhas, picos e altas nuvens. Nada pior do que acordar de um sonho. Os olhos, lentamente se movimentando, o pesar do sol entrando novamente, mais um dia, pela janela. Um mundo desmoronando diante de tanta alegria, tanto amor. O mundo se formando em outros mundos, novos formatos, diferenças e pequenas peças que se encaixam. À tudo que se parte ao meio, despedaça. A vida, novamente, se desfazendo da gente. É como um corte, profundo, incisivo. Uma mistura de sangue e dor. Ali, bem no canto, meu coração parou por instantes. Meu peito, minha boca, minha saliva.
O coração, em pedaços.
Ninguém define ou entende dor maior do que ver partir algo que se ama. Tudo ressoa. A saudade, o amor que ficou, a perna se equilibrando para não se deixar cair por terra. O caminho livre. Se somar, se deixar somar, se deixar ir. Tudo isso preso num respiro.
Minuto a minuto.