Sunday, March 30, 2008

Dirty

Houve um tempo em que eu me forçaria. Houve um tempo em que eu tentaria arrumar gavetas, escrever poemas e fazer loucuras na madrugada. Houve um tempo em que eu tentaria reatar a vontade com o acontecimento.
Esse tempo passou, acertou os ponteiros com outras coisas. Esse tempo correu para outros lados. Eu poderia supor e ter outras idéias. Mas houve um tempo em que me desgastei com tentativas, com força e com vontades que resultarão em outro tipo de matemática: a soma de egos.
Nos dias de hoje, outros tempos, outras cores, eu tentaria mesmo em saber se restou alguma coisa sua dentro de mim. Talvez um gosto, um jeito de me fazer estremecer, um gozo na memória, uma forma estranha de me fazer rir. Dentro de mim. Pode ainda restar um pouco de você como vestígio de passado querendo reviver o presente. São tempos. Tempos que não voltarão. Tempos que se transformaram em outros tempos.
E no seu tempo, será que ainda restou algo de mim dentro de você?

Wednesday, March 26, 2008

There is a moment

Uma linha que constrói lentamente todo o processo.
A linha se forma, lenta e as vezes de forma rápida e indolor. As vontades afloram, as situações se agravam e tudo é tragado direto ao vértice.
A tal linha. Maldita, bendita linha que se fortalece nos dias pesados, nos dias felizes, na cara virada ou na tentativa de elaborar uma palavra.
De onde vem essa linha? Vamos culpar os magos, os mágicos e, por que não, culpar os astros? Seria sonhador dizer que a linha vem por força oculta? Adoramos as auto-ajudas e ela nos é bem vinda. Tão bem vinda que ela traz a linha; o fio condutor.
A tal linha. Não seria ela uma linha que liga os fatos da vida, acontecimentos, vida mesmo? Talvez seja. Talvez seja os astros que vão nos influenciando, conduzindo aquilo que não está ao nosso alcance e por isso, deixamos que a linha venha e conduza.
E esses astros? O que seriam? Seriam eles o novelo? A linha? A própria vida..?

Saturday, March 22, 2008

Sophie´s Choice

Sonhei com algumas coisas. Sonhei com vontades e desejos que ficaram para trás. No meio do caminho, na vontade de vida e na pulsão de cores. Espalhei pelo quarto, na noite profunda, a escolha que me deu o sonho. Dois ou três passos para frente. Espalhei como líquido aquele sonho pelo quarto.
A escolha. Toda escolha que façamos, seja um simples ordenar de coisas, não importa; a escolha indica 2 caminhos. Lá na frente saberemos se a escolha foi correta. Eu, ainda pensando no sonho, fiz algumas escolhas. Dentre elas, apenas a escolha de parar de sonhar.
Você também fez uma escolha.
Espero que não se arrependa.

Sunday, March 16, 2008

Cause i believe in you

Começou a chover. Parece que o tempo, de fato, mudou. Mudou para outros tempos, outros lugares, novos ares e perfumes, outros perfumes. Está frio também. Isso me lembra outra época. Novas memórias. Mudar para aquilo que nos traz outros trilhos. Eu acredito em você.
A rosa que desabrochou essa semana, branca, grande e esperançosa. Algumas milhas longe de casa. O eterno retorno das coisas que almejamos. Não, não é luxuria.
É o mais puro tesão por aquilo que está por vir. O Antes e o Depois. Mas eu acredito em você. Acredito no supremo e nas forças da divindade. Sou cético, mas acredito em você e nas escolhas que fez. Quem dirá o contrário? Quem poderá saber quais foram os motivos? Pela dor, pelo amor, pelo passado que me persegue e pelo presente na palma da mão. Eu acredito em você. Acredito no meu amor, no sentimento latejante e no pulsar do meu sangue. Os amigos que restaram, fome, sede, os amigos que foram e a saudade.
Eu acredito em você;

Tuesday, March 04, 2008

Today

Hoje eu acordei achando que o mundo estivesse parado:
carros enfileirados, quentes e impacientes. o céu limpo sem nuvens e sem cor de chuva. alguns estilhaços no chão, o celular sem sinal e a vida meio parada. aos poucos o que era feito, foi intensificado pelo sol que batia forte, como se as sombras não mais existissem para dar lugar à realidade pouco mágica.
Hoje eu acordei achando que o mundo ia explodir:
os corpos empilhados. o calor queimando a carne exposta que em minutos havia se tornado alimento de inseto. os carros virados e a fumaça ultrapassando o limite do céu e da visão, formando grandes nuvens de desespero. Hoje, por hoje, a vida parecia ter parado. Meu coração, havia parado na mesma esquina por onde passei tantas vezes sem te ver.
Hoje eu acordei achando que o mundo havia se transformado:
parecia sonho quando eu beijava você na rua. quando por segundos eu encontrei no seu corpo, o meu corpo. no calor que não nos atingia, aquilo parecia o real. o real que não se manifesta fora do corpo, fora da nossa saliva, fora dos olhos perplexos por tudo o que se sente, por dentro e por fora. Eu, que esperei o sonho, virei realidade do lúdico. Eu e você, por instantes, ali, naquela esquina.
Hoje eu acordei achando que o sonho não era sonho:
tive apenas um sonho. do caos à vida. apenas um sonho.